Para o profissional liberal ou mesmo grandes empresas que optam pelo aluguel compartilhado — os chamados coworking —, a situação pode melhorar já que a baixa procura por imóveis pode abrir uma boa janela para negociar os valores.
Isso aconteceu principalmente por conta da pandemia, que obrigou a maioria das empresas que fazem uso desse de expediente a adotar um modelo de trabalho remoto.
A partir disso, houve uma tendência de aumento no número de imóveis comerciais vagos, que segue se mantendo. No quarto trimestre do ano passado, por exemplo, o número de devoluções para imóveis comerciais chegou a quase 20%.
Outro levantamento, realizado pelo IBGE (Instituto de Geografia e Estatística) e divulgado em setembro de 2020, mostrava que cerca de 7,9 milhões de pessoas estavam trabalhando de maneira de remota.
Na apresentação de relatório do SECOVI, Celso Petrucchi, economista chefe da entidade, afirmou que o ano de 2019 — antes da pandemia — havia sido de “recuperação exuberante” e que, além disso, “tínhamos condições de financiamento imobiliário e taxas de juros nos menores patamares históricos", afirmou Petrucci.
“Não passava pela cabeça, nem do mais pessimista dos analistas que a partir do Carnaval o mundo enfrentaria a pandemia do novo coronavírus para a qual ninguém estava preparado”, lamenta o economista.
No mercado imobiliário da capital paulista, por exemplo, regiões como a Faria Lima, já começaram a sentir a baixa ocupação dos prédios alugados para escritórios. A região tem seus prédios alugados para diversas multinacionais, como o Facebook.
Além disso, prédios até então historicamente ligados a empresas específicas foram à leilão, o que deve, em tese, proporcionar boas oportunidades de compra.
Um desses exemplos, é o simbólico edifício da Editora Abril na Marginal Pinheiros, apesar de durante anos ter sido utilizado pela empresa, ele era de propriedade do Fundo de Pensão dos Funcionários do Banco do Brasil (PREVI). Acabou vendido por R$ 118 milhões em uma disputa que envolveu três lances.
Queda contínua no valor dos imóveis
Segundo o índice FLIPZAP, organizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), o preço no valor dos alugueis comerciais da cidade na capital paulista, segue em queda.
O relatório afirma que "o preço médio de venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² apresentou queda de 0,14% em maio de 2021", enquanto o preço médio de locação do segmento avançou marginalmente (+0,07%).
Em termos comparativos, ambas a variações registradas foram inferiores à inflação medida pelo IPCA/IBGE (+0,83%) e pelo IGP-M/FGV (+4,10%).
No caso específico do preço médio de venda, os recuos registrados ocorreram em:
Florianópolis (-0,98%);
Belo Horizonte (-0,65%);
Curitiba (-0,57%);
Porto Alegre (-0,27%);
São Paulo (-0,06%); e
Rio de Janeiro (-0,04%)
Já no tocante ao preço médio de locação comercial, as variações positivas registradas foram:
Rio de Janeiro (+0,70%);
Campinas (+0,63%);
Porto Alegre (+0,20%);
Curitiba (+0,07%); e
São Paulo (+0,01);
Os maiores déficits também no preço médio de locação comercial ocorreram em:
Brasília (-2,02%);
Niterói (-0,56%);
Salvador (-0,40%);
Belo Horizonte (-0,30%); e
Florianópolis (-0,04%)
Entretanto, os locais com maior representatividade no índice tiveram aumento. Quem quis alugar um imóvel comercial no Itaim Bibi pagou 6% a mais. Entretanto, quem quis fazer a mesma operação na Bela Vista, economizou 2,8%.