Recentemente, a indústria bancária criou novos formatos de financiamento imobiliário, propondo novos indexadores, criando condições que permita a um maior ingresso de proponentes a encarar uma divida para compra da casa própria.
Somado a redução da taxa de juros, temos também os novos hábitos trazidos pela pandemia, onde a população experimentou um novo jeito de encarar a moradia, e este novo conceito de querer viver, é o que mostra o estudo recém divulgado pelo Grupo ZAP entre o período de 2019 e 2020. De acordo com o levantamento, sete em cada dez entrevistados declaram que morar em um imóvel com ambientes mais bem divididos, passou a ser importante ou muito importante depois do isolamento social.
Quem mora em um espaço menor, busca um espaço maior, afinal estamos passando mais tempo em nossas casas. O trabalho remoto tem sido bastante utilizado neste cenário e é natural que queiramos buscar mais conforto para convivência onde todos possam desfrutar de maiores espaços, reduzindo em parte o desconforto que essa situação nos impõe.
Além disso, o estudo do Grupo ZAP, revela que a vizinhança com mais comércios e serviços, vista livre e varanda são características do novo imóvel que passaram a ser consideradas importantes ou muito importantes por mais de 60% do público no pós-pandemia.
Aproveitando a curva de recuperação dos preços dos imóveis, que historicamente ainda está abaixo dos patamares já verificados, e atrelado aos fatores estruturais de taxa de juros, o investimento no mercado imobiliário torna-se algo interessante nesse momento.
É claro que a insegurança com o nível de desemprego é um fator que permeia a decisão de compra, principalmente para quem depende exclusivamente da renda dos salários como comprometimento de parcela para o financiamento imobiliário. Entretanto, a economia começa a dar sinais que o fundo do poço já passou e a confiança dos agentes econômicos, empresas e famílias estão retornando a sentimentos mais animadores.
Dessa forma, é fundamental compreender a dinâmica das ofertas que os bancos têm disponibilizado para não se deparar com surpresas no futuro. É importante perceber que o nosso país está convivendo com um nível de juros estrutural baixo, onde um dos componentes necessários para a sua manutenção é a continuidade da diretriz de teto dos gastos públicos, trazendo com isso o controle da dívida pública em patamares aceitáveis, um desafio que tem sido bastante debatido pelos nossos economistas de plantão.
A tomada de decisão na escolha do indexador da divida imobiliária a ser contraída, deverá estar atrelada a percepção de expectativa futura da nossa economia, dessa forma para os mais conservadores a opção de Taxa Referencial (TR + Juros) seria a mais recomendada por se tratar de juros praticamente fixos, do outro lado para os que acreditam em uma estabilidade na taxa Selic a opção de financiamento atrelada à taxa da poupança onde a taxa Selic é o próprio referencial, poderá ser uma opção que se traduzirá em uma economia de juros, entretanto com um nível de risco maior, pois caso a situação econômica venha a se desestabilizar e os juros voltem a subir mais fortemente, o custo efetivo dessa modalidade ficará maior.