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17/01/2025

Como o Quinto Andar pretende crescer na área de venda de imóveis; entenda a estratégia (Estado de S.Paulo)

A plataforma de tecnologia imobiliária ficou conhecida pelo aluguel sem fiador, mas agora reforça sua divisão de compra e venda, que já movimenta R$ 1,2 bilhão ao mês

Depois de se consolidar como uma plataforma de aluguéis que não precisam de fiador, o Quinto Andar entrou no negócio de compra e venda de imóveis, focando em unidades usadas com preços de R$ 900 mil a R$ 1 milhão. A operação cresceu 58% em 2024 e, segundo a empresa, deve sustentar em 2025 os números conquistados no ano anterior, apesar do ciclo de alta dos juros, que encarece os financiamentos. Com isso, a plataforma pretende consolidar sua presença no segmento de compra e venda de imóveis, competindo com o Grupo OLX, dono do Zap, e com a startup de tecnologia imobiliária Loft.

Em 2024, o Quinto Andar fechou 2.100 contratos de venda de imóveis por mês, o que se traduz em uma movimentação financeira mensal de R$ 1,2 bilhão. Atualmente, a plataforma tem 170 mil anúncios ativos e a média mensal de visitas a propriedades à venda é de 90 mil.

Lucas Lima, vice-presidente de marketplace da empresa e que lidera a operação brasileira, conta que a ideia é facilitar o processo de compra e venda de imóveis no País. Para isso, a empresa cria anúncios repletos de fotos detalhadas das propriedades e tem um time de corretores que utilizam inteligência de dados para entrar em contato com os clientes mais propícios a fazer aquisições. Desse modo, diz, a empresa busca eficiência, evitando tanto visitas presenciais que não se convertem em vendas quanto contatos indesejados de corretores com pessoas que não estão interessadas nos imóveis disponíveis.

O modelo de negócio de compra e venda da companhia não cobra pelos anúncios dos imóveis. Com isso, o Quinto Andar se diferencia da maior plataforma imobiliária do País, a Zap, que cobra para anunciar imóveis – os anúncios gratuitos ficam na OLX. Outra diferença é que as fotos são feitas pela equipe da empresa.

Em vez disso, a remuneração do Quinto Andar é de 6% sobre o valor da venda, sendo que parte desse valor fica com o corretor. A empresa não informa precisamente o porcentual cobrado nas transações. Na prática, isso se traduz em um ganho menor do que a média de mercado para os corretores, que é de 6%, segundo o Creci-SP. Porém, o ganho está na maior velocidade de venda de propriedades.

“O corretor médio fecha uma venda e meia por mês no Quinto Andar, enquanto, no mercado, essa média é de 0,3 ao mês, ou uma venda a cada três meses”, diz Lima. “Então, nós conseguimos dar uma produtividade cinco vezes maior para o nosso corretor, o que obviamente se traduz em maior renda.”

Na ponta do financiamento, os contratos com instituições financeiras também são uma frente em expansão. O fechamento de contratos, diz Lima, não tem receita proveniente de taxas de intermediação. A parceria com as instituições financeiras, portanto, seria para tornar mais simples a aquisição de um imóvel. Hoje, o Quinto Andar já opera desse modo junto ao Itaú e outros bancos.

 

O ciclo de alta da taxa de juros, que deve elevar por consequência o custo do financiamento imobiliário, não é algo que preocupa o Quinto Andar em 2025. O executivo diz que a empresa tem como trunfos a experiência simplificada de anúncio, compra e venda, além de ter espaço para crescer no mercado. “Não é por que o teto ficou mais baixo que a gente vai voar mais baixo. O teto ainda está muito alto. Tem muito chão pela frente até que o movimento do mercado realmente nos impacte”, afirma.

Adoção de plataformas digitais

Para o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, um dos desafios das plataformas digitais é convencer um maior número de corretores de imóveis a fazer negócios por meio de sites e aplicativos. Viana Neto diz que embora o público jovem seja afeito a esse tipo de comunicação digital, ainda há bastante resistência dos profissionais. Para ele, outro desafio do mercado imobiliário em 2025 será vender imóveis para a classe média, que não faz parte de nenhum programa social do governo e fica à mercê dos juros.

Por outro lado, Viana Neto diz que o mercado imobiliário se beneficiou do avanço das formas de anunciar imóveis via internet. “Hoje, o cliente decide pela internet e vai visitar um imóvel só. As ferramentas digitais foram sim um progresso muito grande”, diz.

XP pode levantar até R$ 750 milhões em fundo imobiliário multi renda

Tese de investimento prevê distribuição de renda, ganho de capital, com benefício fiscal para a pessoa física no recebimento de dividendos

 

Por Adriana Cotias

 

A XP Vista Asset Management espera levantar pelo menos R$ 600 milhões em um fundo imobiliário multi renda, conforme prospecto da primeira emissão de cotas em classe única. Se houver demanda para o lote adicional, a captação pode chegar a R$ 750 milhões. A tese de investimento prevê distribuição de renda, ganho de capital, com benefício fiscal para a pessoa física no recebimento de dividendos.

Conforme o documento, a carteira poderá contemplar um leque amplo de ativos, como imóveis, ações de companhias da cadeia de construção civil, debêntures, cotas de fundos de participações, de outros fundos imobiliários ou de ações setoriais, além de notas promissórias, letras e certificados de recebíveis imobiliários (CRI). No “pipeline”, a gestão lista créditos relativos ao Plano Empresário, incorporação, shoppings, comercial, incorporação. Há também operações de permuta. A carteira nasce com 34 operações e R$ 587 milhões alocados em permutas financeiras.

Pelo cronograma da oferta, a coleta de intenções de investimentos vai até o dia 30, com a liquidação prevista para 5 de fevereiro. A XP Investimentos CCTVM atua como coordenadora-líder da operação. Pelo menos 20% das cotas vão ser dirigidas ao público de varejo. A aquisição mínima é de 500 cotas, equivalentes a R$ 5 mil. Está prevista negociação no mercado de balcão da B3

A cadeia de remuneração prevê 1,25% sobre o valor total das cotas para a atividade de estruturação e coordenação do fundo (a própria XP) e de 2,25% para a distribuição. No total, os custos a serem pagos pelo fundo chegam a R$ 23,3 milhões, incluindo assessores legais, tributos, marketing e taxa de registro, representando 3,88% ao preço unitário de cada cota.

Durante a existência do fundo, com prazo indeterminado, a taxa de administração será de 0,95% ao ano, mais 10% de performance sobre o que exceder o CDI.

Pelos cálculos que constam no estudo de viabilidade econômica anexo ao prospecto, a previsão é de um retorno em dividendos de 12,89% no primeiro ano, após os custos de entrada.

 

FONTE: ESTADO DE S.PAULO