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09/11/2020

Como será o futuro dos apartamentos, segundo essas construtoras

Mais do que ter um quarto extra para usar de escritório, os empreendimentos mais novos já contam com um espaço compartilhado para o trabalho remoto

Para seis em cada dez brasileiros, esse é o melhor momento para a compra de um imóvel. A taxa de juros mais baixa e o desejo de um imóvel maior aquecem o mercado imobiliário e aceleram os planos de construtoras em todo o Brasil. Entre aqueles que acreditam ser um bom momento para a compra de imóvel, 19% citam os preços bons, 13% os juros baixos e 10% o aumento da oferta, segundo um estudo exclusivo preparado pelo Grupo Zap para a EXAME. O estudo revela a dimensão do momento de transformação do mercado de imóveis residenciais no país.

Em pesquisa realizada pela Tegra Incorporadora nas cidades de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, praças em que a empresa atua, 73% dos consumidores afirmaram ter vontade de mudar de imóvel após a pandemia.  Os principais fatores que motivam esse comportamento são a busca por uma metragem maior da unidade (35%), ter um imóvel com terraço/varanda (32%) e a localização do imóvel (26%). “Apenas 19% pensam em trocar o apartamento por uma casa, ou seja, projetam estas melhorias para os apartamentos”, explica Andrea Bellinazzi, diretora de inteligência de mercado na Tegra.

Se antes a tendência era morar próximo ao trabalho em bairros mais valorizados – e abrir mão de espaço para poder bancar essas regiões – hoje o home office permite que as pessoas busquem apartamentos maiores e em bairros mais distantes. 

 

O impacto nas construtoras

Focada principalmente em apartamentos para a baixa renda, a MRV percebe que o setor mais aquecido hoje não é de seus imóveis mais acessíveis, mas sim dos produtos logo acima do tradicional, com uma área maior e varandas. 

Já a You, especializada em compactos com apartamentos de até dois dormitórios, hoje 50% das vendas estão entre apartamentos de dois a três dormitórios. A incorporadora vai lançar cerca de 1 bilhão de reais em imóveis nos próximos meses, o maior valor de sua história. Terraços e um quarto extra para o home office também estão entre as preferências dos consumidores.

Se hoje os apartamentos maiores são mais buscados, antes da pandemia a maior tendência eram os imóveis compactos, como estúdios ou apartamentos de um dormitório em regiões centrais e perto do transporte público. De acordo com as construtoras, ainda há espaço para essa tendência. 

“A geração mais jovem chega ao mercado imobiliário muito mais cedo que as anteriores. Aos 20 e poucos anos, essas pessoas querem sair da casa dos pais e não querem se prender a um imóvel. Essas unidades compactas são ocupadas por essa nova geração”, diz Mitre, presidente da incorporadora que leva o seu nome.

FONTE: EXAME