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09/01/2017

Como usar o dinheiro da rescisão

Sem este tipo de instrumento, o investidor teria que aplicar em diferentes derivativos, casando vencimentos e arcando com diversos custos de operação, para obter o mesmo resultado de caixa proporcionado pelo COE.

“Gostaria de saber como funciona o COE (Certificado de Operações Estruturadas)” - O Certificado de Operações Estruturadas (COE) é um instrumento de investimento que reúne renda fixa e variável de maneira a permitir aplicação de recursos que atenda diferentes cenários e graus de risco de acordo aos interesses dos investidores. Possibilita, ainda, proteção total ou parcial da quantidade investida. Em outros termos, o COE é um título que contém ativos de renda fixa e variável estruturados com base em cenários de ganhos e riscos selecionados pelo investidor. Este tipo de aplicação está completando três anos no nosso mercado. Trata-se de instrumento muito popular internacionalmente e conhecido como Notas Estruturadas. Sem este tipo de instrumento, o investidor teria que aplicar em diferentes derivativos, casando vencimentos e arcando com diversos custos de operação, para obter o mesmo resultado de caixa proporcionado pelo COE.

Isso simplifica a vida do investidor, que pode diversificar sua carteira e ter acesso a novos mercados, moedas, ações e índices de ações de bolsas internacionais. As regras permitem que os COEs sejam emitidos em duas modalidades: “valor nominal protegido”, que tem a garantia do valor principal investidor; e “valor nominal em risco”, em que há a possibilidade de perda até o limite do capital investidor. Em ambos os casos deve ser observado o perfil do investidor. São títulos emitidos pelos bancos e registrados na Cetip, mas não são assegurados pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e sujeitos a incidência de Imposto de Renda na tabela de renda fixa. 

Entre outros riscos, há o risco de liquidez, porque este título não permite resgate antecipado. Os COEs são mais adequados para investidores com maior capital disponível, porque são exigidos valor mínimo e que varia conforme a instituição financeira. Há bancos que exigem um mínimo de R$ 100 mil para essa aplicação.

“Estou desempregado faz um mês e tenho um valor de R$ 16.000 que recebi por esse desligamento. Gostaria de saber qual o melhor tipo de investimento para esse valor. Ouvi falar em LCI e LCA, mas não sei se são os mais indicados” - Como é dinheiro de sua rescisão e o mercado de trabalho ainda está muito difícil, investir em LCI (letra de crédito imobiliária) ou LCA (letra de crédito do agronegócio) não é uma boa opção. Estou presumindo que esse valor seja para sua manutenção até encontrar novo emprego, ou seja, destinado a uma poupança dedicada a emergências. Assim, o mais adequado é investir em algo, que mesmo oferecendo um retorno relativamente menor, proporcione segurança e liquidez de forma a permitir saques quando necessário.

Nesse contexto, uma boa opção no momento é a caderneta de poupança, porque é de fácil investimento, não tem custos e tem isenção tributária. Em 2016, a poupança ofereceu a rentabilidade líquida nominal ao investidor de 8,348% acumulado no ano contra a inflação prevista de 6,38%, medida pelo IPCA, segundo o relatório Focus (Banco Central). Se isso se confirmar, trará um ganho real de 1,85% ao investidor e com toda a facilidade de operação e garantia total até o valor de R$ 250 mil. Deixo claro que LCI e LCA são boas opções de investimentos, dado a rentabilidade oferecida e a isenção de Imposto de Renda, mas usualmente exige do investidor mais planejamento, pois os prazos de investimentos costumam ser mais amplos, o que impede que os recursos estejam disponíveis a qualquer momento. 

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO