O sistema financeiro concedeu em março 29,7% a mais em novos empréstimos e financiamentos, na comparação com fevereiro. O número leva em conta as concessões totais em cada mês. Considerando a média por dia útil, houve alta de 1,5%.
As concessões para clientes corporativos subiram 48% contra o mês anterior, somando R$ 206,7 bilhões.
Para as famílias, o sistema financeiro concedeu R$ 200,5 bilhões em novos empréstimos e financiamentos, 15,1% acima de fevereiro.
A concessão com recursos livres, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e clientes, subiu 28,2 %. Já as operações com recursos direcionados, que são regulamentadas pelo governo ou vinculadas a recursos orçamentários, cresceram 45,4%.
Estoque
O saldo das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 1,5% em março, para R$ 4,105 trilhões. Em 12 meses, houve alta de 14,5%. Como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela autoridade monetária, o estoque de operações foi para 54,4%, frente a 54% em fevereiro. Em março de 2020, o saldo era de 47,9%.
O saldo total do crédito livre subiu 1,9% em março, chegando a R$ 2,380 trilhões, enquanto o crédito direcionado avançou 0,9%, para R$ 1,725 trilhão.
O saldo total de crédito para as famílias aumentou 1% no mês, chegando a R$ 2,296 trilhões. Para as empresas, a alta no mês foi de 2%, para R$ 1,808 trilhão.
As projeções do BC para o crescimento do crédito em 2021 são: 8% para o total; 11,1% para o livre; 3,7% para o direcionado; 11,5% para pessoas físicas; 3,4% para pessoas jurídicas.
Estoque de crédito imobiliário
O estoque total de crédito imobiliário para as pessoas físicas com recursos direcionados subiu 1,2% em março na comparação com fevereiro, somando R$ 732,338 bilhões. Em 12 meses, a alta foi de 13%.
Já as concessões, na mesma categoria, subiram 25,2%, para R$ 15,235 bilhões no mês, acumulando alta de 38,5% em 12 meses.
A taxa anual de juros, por sua vez, caiu de 7% para 6,9%.
Setor não financeiro
O crédito ampliado ao setor não financeiro teve alta de 1,5% entre fevereiro e março. Em 12 meses, a alta foi de 16,9%.
Essa é considerada pelo BC a medida mais abrangente do crédito, já que inclui não apenas empréstimos e financiamentos, mas também o mercado de capitais e empréstimos externos.
Com os resultados do mês passado, o crédito ampliado atingiu R$ 12,5 trilhões, o equivalente a 165,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo o BC, "a variação mensal refletiu, principalmente, o crescimento do saldo de empréstimos, tanto aqueles tomados no mercado doméstico quanto aqueles que integram a dívida externa".
"Já a variação em 12 meses é influenciada pelo crescimento da carteira de títulos públicos, assim como pelo crescimento da carteira de empréstimos nesse período", disse.
O crédito ampliado às pessoas jurídicas cresceu 2,8% no mês e 12,4% em 12 meses. No caso das famílias, as altas foram de 1% e 11,6%, respectivamente.