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01/09/2016

Condição de crédito do setor é a pior desde 2004

O melhor mês da série histórica do indicador havia sido julho de 2013, com nota 7,6 pontos.

As condições de crédito imobiliário atingiram, em junho, o pior nível em 12 anos, de acordo com o Radar Abrainc-Fipe. A média geral do indicador foi de 2,2 pontos, no mês, com queda de 0,1 ponto ante maio e de 1,6 ponto em relação a junho do ano passado. Em maio, quando o indicador foi divulgado pela primeira vez, também foi constatado que o setor vivia o pior momento desde 2004.

O diretor da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz Fernando Moura, estima que o indicador resultante do próximo levantamento, referente a julho, seja "um pouquinho melhor", pois a inflação foi menor e o número de consultas a imóveis aumentou.

O melhor mês da série histórica do indicador havia sido julho de 2013, com nota 7,6 pontos.

Calculado pela Abrainc e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o levantamento tem pontuação de zero a dez, conforme as condições de cada indicador sejam consideradas de desfavoráveis a favoráveis, respectivamente. O estudo combina quatro dimensões - ambiente macro, crédito imobiliário, demanda e ambiente setorial -, cada uma com três indicadores.

Em junho, houve queda nas quatro dimensões avaliadas na comparação anual. A maior redução foi registrada na dimensão demanda, com variação negativa de 3,2%.

Em relação a maio, houve leve alta de 0,1% na dimensão ambiente macro. A nota da dimensão ambiente do setor foi 4,4 pontos, a de demanda, 1,2 ponto, a do ambiente macro, 1,3 ponto, e a do crédito imobiliário, 2 pontos. Considerando-se os 12 indicadores, cinco estão nos níveis mais baixos da série. Na comparação com maio, seis indicadores apresentaram queda, e os outros seis tiveram alta.

Moura diz esperar que o volume de lançamentos volte a crescer em 2017. Na avaliação do diretor da Abrainc, o consumo de boa parte dos estoques de imóveis - atualmente, correspondentes a 12 meses de vendas - será, relativamente, rápido. "A demanda deve crescer mais do que a oferta, o que resultará em ajuste de preços até o fim do ano", afirma. 

FONTE: VALOR