O Índice de Confiança da Construção (ICST), divulgado no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), subiu 4,1 pontos e alcançou 87,8 pontos em agosto. Esta é a quarta alta seguida, depois das quedas percebidas em março e abril, no começo da pandemia de covid-19, que paralisou boa parte dos setores econômicos do país. Com isso, o índice recuperou 82% dessas perdas.
Segundo a coordenadora de Projetos da Construção da FGV Ibre, Ana Maria Castelo, a elevação ocorreu nos dois grupos componentes do índice, influenciados por perspectivas menos pessimistas para os próximos meses e pela melhora da situação atual. Mas ela destaca que o cenário geral ainda é difícil para os empresários do setor.
"A sondagem [pesquisa] mostra que a confiança dos empresários da construção está próxima do patamar pré-covid, refletindo a evolução favorável de seus dois componentes. Contudo, mesmo com a retomada a um cenário anterior de atividades, o ciclo produtivo foi afetado, uma vez que, durante a pandemia, muitos negócios foram adiados ou cancelados. Para 35,6% das empresas, os negócios continuam fracos, contra 29% em fevereiro, o que significa que a retomada está sendo mais difícil para algumas empresas", explicou.
Crescimento
O Índice de Situação Atual (ISA-ST) alcançou 81,8 pontos, com um crescimento de 5,8 pontos, o terceiro seguido. Assim, o indicador está 4,9 pontos abaixo do alcançado em fevereiro, quando ficou em 86,7 pontos, o maior valor deste ano. Já o indicador de situação atual dos negócios (ISA-CST) recuperou 6,8 pontos no mês, atingindo 84,0 pontos. O indicador de carteira de contratos chegou em 79,8 pontos, um aumento de 4,9 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 2,4 pontos e atingiu 94,1 pontos. A recuperação acumulada representa 87,5% das perdas ocorridas em março e abril. O indicador de demanda prevista avançou 1,9 ponto, para 94,0 pontos, e o de tendência dos negócios subiu 2,7 pontos, fechando agosto em 94,1 pontos.
Para o Nível de Utilização da Capacidade (Nuci), o aumento foi de 3,6 pontos percentuais, indo para 73,5%. A maior contribuição veio do Nuci de Mão de Obra, que avançou 3,8 pontos percentuais, chegando a 75,2%. O Nuci de Máquinas e Equipamentos subiu 2,6 pontos percentuais, ficando em 64,5%.
O FGV Ibre destaca que houve queda "expressiva" no quesito Demanda Insuficiente como fator de limitação, que passou de 60,3% em abril para 44,4% em agosto, o mesmo percentual verificado desde fevereiro de 2015, quando ficou em 44,1%. Segundo Ana Maria, isso se deve ao bom desempenho nas vendas no mercado imobiliário residencial nos últimos meses.