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19/12/2016

Confiança gera reação no mercado de imóveis

O Secovi prevê que o número total de lançamentos em 2016 fique em 16 mil, número mais de 30% menor do que o de 2015 (quase 23 mil).

A melhora na confiança quanto à evolução da economia foi o fator-chave para que o lançamento de imóveis na capital paulista, o maior mercado nacional do setor, tivesse uma saudável reação. Segundo os últimos dados divulgados pelo Secovi-SP, o sindicato que representa o mercado imobiliário de São Paulo, o número de lançamentos de imóveis residenciais em São Paulo alcançou 2.200, o melhor resultado mensal deste ano, apresentando crescimento de 25,3% em relação ao mesmo mês de 2015.

O avanço poderia marcar o início de um novo ciclo de expansão, mas os empresários do setor ainda duvidam que isso possa acontecer já. O Secovi cita o fato de que, depois de seis altas seguidas, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) recuou 3,3% em novembro, caindo para 79,1 pontos. O Secovi prevê que o número total de lançamentos em 2016 fique em 16 mil, número mais de 30% menor do que o de 2015 (quase 23 mil).

As vendas de imóveis também deram um salto de 35,5% em outubro, mas mesmo assim permanece um ambiente de incerteza. Observa-se que o mercado ainda opera com um volume elevado de cancelamentos de compra. O nível de distratos este ano está em 20% em algumas empresas, mais que o dobro do que ocorria em 2013 (8%).

A recuperação que se verificou no setor em outubro é reflexo de uma demanda que permanece muito reprimida por parte dos consumidores, receosos dos efeitos da crise sobre seus rendimentos e que, por isso, vêm adiando a compra de casa própria. A retomada poderia continuar em ritmo mais acelerado, dizem os empresários, não fossem as incertezas no campo político.

“Antes da crise e da aprovação do Plano Diretor, que alterou as regras para novas construções”, afirma Celso Petrucci, economista do Secovi, “estimávamos que o mercado paulistano estaria num patamar de 30 mil a 35 mil lançamentos por ano – a média entre 2007 e 2013.” Agora, em seu entender, as empresas do setor só terão uma dimensão real do mercado daqui a dois anos, se os indicadores econômicos derem sinais sólidos de melhora.

A queda da inflação e a perspectiva de reduções mais acentuadas da taxa básica de juros nos próximos meses são boas notícias e espera-se que contribuam para restituir e fortalecer a confiança por parte do consumidor.  

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO