São Paulo - O aumento de 0,11% nos preços dos imóveis entre setembro e outubro deste ano deve continuar até o final do ano e tende a favorecer a utilização do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para consórcios imobiliários.
Dados da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (Abac) apontam que, até setembro, mais de 2,4 mil trabalhadores consorciados usaram seus saldos totais ou parciais do fundo, o que movimentou R$ 90 milhões em contas do FGTS.
A Embracon, uma das maiores administradoras de consórcios do País, registrou que do total de contemplados, 19% optou pelo uso do FGTS para a compra do imóvel, aumento de um ponto percentual em relação ao registrado em 2015 (18%).
De acordo com Rogério Pereira, diretor de vendas da administradora, apesar de depender do perfil do cliente, o uso do fundo como meio de conseguir a casa própria tende a ganhar destaque.
"Para a pessoa que trabalha com carteira registrada, o uso do FGTS para antecipar a compra do imóvel é vantajosa. Há mais de uma maneira pela qual ele pode optar e, seja para adquirir o imóvel próprio como para investir na valorização, as condições são melhores, com custo quase zero", identifica o executivo.
O uso do fundo nos consórcios pode ser usado para três modalidades específicas: como lance inicial, como complemento de crédito ou quitar o saldo devedor parcial ou totalmente. "De dois em dois anos, o consorciado contemplado pode usar o FGTS para abater a parcela devida", diz Pereira.
Dificuldades - Apesar das vantagens, porém, o diretor de vendas da Embracon ressalta que, mesmo em crescimento, o segmento tem encontrado dificuldades em conseguir novos clientes.
Dados da Abac apontam que nos nove meses deste ano a venda de novas cotas foi 11,7% menor do que o observado em igual período de 2015 (de 179,6 mil para 158,5 mil).
"Os consórcios têm espaço pra crescer e, conforme o segmento seguir firme ao longo de 2017, mais o FGTS deve ser uma saída para aquisição do imóvel", completa Pereira.