O PIB (Produto Interno Bruto) avançou 1,2% no primeiro trimestre puxado por setores como a construção civil e as atividades imobiliárias com 2,1% e 1% respectivamente. Os números foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O bom desempenho reforça os dados do primeiro quadrimestre da Datastore, empresa especializada em pesquisas de demanda no setor imobiliário. Segundo o estudo, 28,08% das famílias brasileiras com salário superior a R$ 1,5 mil por mês, até as altas rendas, têm a intenção de comprar imóveis nos próximos 24 meses, o que corresponde a mais de 14,25 milhões de famílias, o quinto recorde sucessivo de maior demanda do século. Ainda com base no levantamento da Datastore, de janeiro a abril, quando a pandemia atingiu seu ápice no Brasil, a demanda imobiliária aumentou 829,3 mil famílias, ou seja, 207 mil famílias por mês. Por isso que os bancos, incorporadoras e associações de classe vêm destacando o aumento real das vendas.
Essa procura também pode ser verificada na aquisição de lotes para a construção da moradia de acordo com o perfil de cada família. Segundo Marcelo Fróes, diretor da Pró Lotes, a empresa registrou alta de 300% na comercialização de terrenos em todas as praças que atua (Itaboraí, Maricá, São Pedro da Aldeia e Vargem Pequena) e ainda anteciparam o lançamento do Natura Residencial, em Vargem Pequena, por conta da grande demanda. "Os loteamentos são entregues com toda a infraestrutura de lazer pronta, o que é um grande diferencial para este modelo de negócios. Priorizamos piscinas, churrasqueiras, bicicletário, parques e outras áreas ao ar livre", diz Fróes.
O executivo destaca que o endereço do terreno também precisa ser levado em conta. Essa orientação vale tanto para quem vai comprar para construir ou investir. É preciso conhecer a vizinhança, a infraestrutura local existente e se há projetos para a melhoria do entorno em curto ou médio prazo.
De acordo com especialistas de mercado, os juros ainda mais acessíveis para a compra da moradia, o crédito farto e as facilidades para aquisição de um financiamento bancário ou direto com as construtoras impulsionam o setor e contribuem para a redução do déficit habitacional, que atingiu 5,876 milhões de moradias em 2019, com base em recente pesquisa da Fundação João Pinheiro. O indicador inclui domicílios precários, em coabitação e com elevado custo de aluguel.