A vaga de emprego apareceu há duas semanas para Felipe Cabral de Souza. Desde o início da pandemia, o pedreiro estava sem trabalho fixo e ficou surpreso quando conseguiu assinar a carteira neste mês de janeiro — ainda no meio da pandemia. “Estava fazendo bicos, mas carteira assinada estava há seis meses. Muito bom, né? Estar trabalhando com carteira assinada, estar seguro. Muito bom.” As contratações na área, no entanto, são mais comuns do que se imagina.
A construção civil tem sido a salvação para quem precisa de emprego. O setor foi o que mais abriu vagas em 2020 e deve continuar aquecido neste ano, com a criação de pelo menos 200 mil novos postos de trabalho. Segundo a Câmara Brasileira de Indústria da Construção Civil, em 2021, as maiores oportunidades devem estar no ramo imobiliário. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo, Ramalho da Construção, compartilha das boas expectativas para 2021, mas diz que será necessário encontrar mão de obra qualificada.
Para isso, o sindicato vai investir em cursos de formação e reciclagem dos profissionais a partir de fevereiro. “Hoje nós temos apagão da mão de obra. Falta mão de obra qualificada. Tanto quem opera quanto do empregador. Estamos trabalhando com o Sebrae, ainda não está assinado mas já tem data para começar, para que possa qualificar quem opera e os empregadores. São trabalhos que vamos formar em gestão, empreendedorismo e na qualificação para das segurança. Nós estamos clientes que compra.” Segundo Ramalho da Construção, só na cidade de São Paulo, entre 80 mil e 100 mil vagas na área devem ser ofertadas durante o ano.