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04/04/2025

Construção: escassez de mão de obra eleva custos do setor, diz FGV (UOL)

A escassez de mão de obra ainda desafia o setor de construção no Brasil, onde 82% das empresas relatam dificuldade para contratar novos trabalhadores, segundo a Sondagem da Construção, pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE).

O que aconteceu

Em março, o problema atingiu o maior percentual desde outubro de 2012. Entre as empresas de serviços especializados, 70% dizem não encontrar profissionais no mercado. É um recorde desde o início da série em julho de 2010.

As empresas ficaram mais pessimistas neste início de ano, refletindo as dificuldades com a escassez de mão de obra qualificada, que vêm alcançando patamares recordes, e um crédito mais caro. Houve também uma desaceleração da atividade, que deve ser revertida, pois as indicações são de retomada das contratações de mão de obra, mantendo o mercado de trabalho pressionado, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.

A tendência de aumento nos custos do setor é reforçada pela taxa acumulada em 12 meses, que atingiu 7,32%. Esse resultado representa um avanço expressivo em comparação com março de 2024, quando o índice acumulava alta de 3,29% no mesmo período.

A falta de trabalhadores influencia os preços elevados e torna os profissionais mais caros. Entre os itens que compõem o índice de inflação da construção civil, a mão de obra registrou a maior alta nos últimos 12 meses: 9,5%. Componentes e materiais subiram 5,9%.

Em São Paulo, o quadro é mais crítico. O ICC-SP registrou alta de 8,08%, e o componente mão de obra, de 10,49%. No ano passado, em março, o INCC-M Brasil e São Paulo acumulavam alta de 3,29% e 3,61%, respectivamente.

Não é difícil entender esse movimento: o forte choque de juros iniciado ainda em 2024 e as incertezas do cenário global trouxeram muitas inquietudes para a economia, avalia o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).

O estudo coletou informações de 656 empresas de sete capitais brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo.

 

FONTE: UOL