A expectativa do empresário da indústria da construção para o desempenho da atividade, empregos, compras de insumos e novos empreendimentos para os próximos seis meses recuaram na passagem de agosto para setembro. Apesar da queda, os indicadores seguem positivos. É o que mostra a pesquisa Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Foram ouvidas 353 empresas, sendo 125 pequenas, 150 médias e 78 grandes, entre 1º e 13 de setembro.
Para a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, a Sondagem confirma as previsões da CBIC que mostram a desaceleração do crescimento do setor, que tem previsão de crescer 1,5% em 2023. “Estamos assistindo a uma velocidade menor no ritmo de atividades da construção. Os juros elevados e a demora das condições do Programa Minha Casa, Minha Vida adiaram lançamentos imobiliários e isso naturalmente reduz o ritmo do segmento”, disse.
A economista da CNI Paula Verlangeiro explicou que os indicadores permaneceram acima dos 50 pontos, em patamar de expectativas otimistas. “Esse movimento mostra que o otimismo está menos intenso e menos disseminado do que no mês anterior. Entre os motivos estão a acomodação das expectativas após o anúncio das novas regras do programa Minha Casa, Minha Vida e as altas taxas de juros que, apesar dos cortes, ainda estão bem elevadas e impondo restrições às atividades produtivas”, disse.
O índice de expectativa do empresário em relação ao nível de atividade está em 53,8 pontos, queda de 1,2 ponto em setembro em relação a agosto. O índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços recuou 2,4 pontos, passando para 52,1 pontos. O índice de expectativa de compras de insumos e matérias-primas caiu 2,5 pontos, de 55,7 pontos para 53,2 pontos. Já o índice de expectativa do número de empregados apresentou a maior queda, 3,9 pontos, caindo para 52,1 pontos na passagem de agosto para setembro.
Menos atividade e menos emprego
Em agosto de 2023, o índice de evolução do nível de atividade para a indústria da construção ficou em 48,7 pontos, o mesmo índice registrado em julho. Desde o início do ano, o indicador permanece abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa o aumento da queda do nível de atividade. O índice de evolução do nível de número de empregados da construção ficou em 48,3 pontos em agosto, o que representa queda disseminada do emprego no setor da construção.
Índice de confiança
O Índice de Confiança do Empresário (ICEI) da indústria da construção caiu 3,3 pontos, passando para 53,1 pontos. O indicador segue acima dos 50 pontos, mas a queda no mês significa confiança menor e menos disseminada entre os empresários do setor.
A intenção de investimento recuou pontos na passagem de agosto, mas permanece em um patamar elevado na comparação com a média histórica, o que significa que a intenção de investir segue relativamente elevada.