Os líderes de Cyrela, MRV e Tecnisa confirmaram que as vendas de imóveis estão se recuperando fortemente após o período de baixa na quarentena, e disseram acreditar na tendência de negócios crescentes no fim de 2020 e ao longo de 2021. A principal razão para isso é que os juros dos financiamentos imobiliários estão no patamar mais baixo da história, o que aumenta o poder de compra dos consumidores.
O copresidente da Cyrela, Efraim Horn, disse que a retomada começou em junho na cidade de São Paulo. "Percebemos que o consumidor esta ávido para aproveitar o momento de juros baixos", comentou. Ele apontou que o juro médio do financiamento neste ano chegou a 7%, enquanto até uns poucos anos atrás estava em 9%. E citou que o Itaú já chegou a uma linha que oferece crédito a 5,5%, o que pode ser seguido por outros bancos.
"Isso fez com que julho, agosto e setembro fossem meses excelentes para o setor da habitação. E acreditamos que a tendência vai continuar no fim de 2020 e em 2021", afirmou. "Temos conseguido vender bastante bem, talvez em níveis até superiores ao do ano passado. Estamos otimistas".
O fundador e presidente do conselho da MRV, Rubens Menin, ressaltou que os juros baixos permitem que os financiamentos caibam no bolso dos consumidores e aqueçam as vendas.
Outro fator, segundo Menin, é que as pessoas têm procurado imóveis maiores e mais confortáveis já que passam mais tempo em casa por conta da pandemia. "Essa combinação de fatores está me deixando otimista em ver que 2020 será um ano de crescimento, apesar da pandemia, e 2021 será ano que indústria vai bater recorde de forma organizada".
O controlador da MRV destacou ainda que as vendas digitais têm crescido rapidamente e permitido ganho de escala e de margem. "A pandemia foi benéfica para a era digital no sentido de que todas as empresas, de todos os setores, estão surfando essa onda digital. É mais eficiente e mais barata".