As ações de construtoras avançam em bloco nesta quinta-feira (5), em especial as expostas ao segmento de baixa renda, em meio à perspectiva de retomada do programa Verde Casa Amarela, que voltará a ser chamado de Minha Casa, Minha Vida.
Os papeis da Tecnisa, PDG e Helbor lideraram as principais altas do pregão na B3, com salto de 36,3%, 28,2% e 22,5%, respectivamente. O Imob, índice que reúne ativos do setor, subiu 3,9% .
O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou hoje que vai retomar de forma imediata as obras paralisadas de 5 mil unidades do programa habitacional do governo, o que dá suporte para as ações, sinaliza o analista Rafael Passos, sócio da Ajax Asset. Ele diz ainda que os juros futuros em queda hoje também ajudam.
“As empresas focadas no público de baixa renda, beneficiadas pelo Minha Casa, Minha Vida sofreram bastante nos últimos tempos. Como estão em um patamar mais atrativo, o mercado aproveita para puxar os papéis que ficaram mais defasados”, afirma Passos. Ele cita a Tenda como exemplo, que caiu quase 70% nos últimos 12 meses, e hoje sobe 8%.
Ele explica ainda que outros ativos, como Direcional e MRV – que historicamente são favorecidos pelo programa habitacional – avançaram menos hoje, com altas de 1,8% e 0,94%, porque tiveram um desempenho recente melhor que os pares. m 12 meses, Direcional sobe 47,4%, enquanto MRV acumula queda de 26%.
O Santander também revisou os preços e recomendações para o setor de construção civil em relatório divulgado hoje, reiterando a preferência por empresas voltadas a menores rendas. A Direcional continua sendo a principal escolha do banco, que reiterou a recomendação de compra para as ações e enquanto manteve o preço-alvo de R$ 22 para Direcional.
O banco ainda reduziu o preço-alvo das ações da MRV de R$ 19 para R$ 15 e manteve recomendação de compra para os ativos. Os analistas acreditam que é uma das empresas que mais poderia se beneficiar com melhorias adicionais no programa habitacional do governo.
“Além da demanda estrutural reprimida associada ao elevado déficit habitacional e à robusta formação familiar, nossa preferência por construtoras de baixa renda se baseia em melhorias de acessibilidade desde julho de 2022 que ainda não se efetivaram plenamente, como FGTS consignado para famílias com até R$ 2,4 mil de renda mensal e maiores prazos de financiamento imobiliário, de 360 para 420 meses”, dizem os analistas do Santander Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni.
Matéria publicada em 05/01/2023