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02/12/2018

Construtoras focam em compactos com ‘nova’ Moema

Com as novas estações, os terrenos de Moema se tornaram mais atrativos não só para os moradores, mas também para as incorporadoras, já que é permitido construir até quatro vezes a área do terreno nos eixos estruturantes

2018 foi um ano de decisões importantes para o economista Ricardo Moreira, de 30 anos. Ele adquiriu, em março, seu primeiro imóvel, para viver com a mulher. O apartamento está no condomínio Chez Vous, da incorporadora Tegra, que será entregue em 2021 e tem tudo para agradar aos jovens: piscina na cobertura com borda infinita, área fitness, bicicletário, serviço de concierge e salão gourmet. A localização também agrada: a Avenida Rouxinol, em Moema.

O bairro nobre da zona sul de São Paulo, classificado na cidade como elitista e destino de famílias grandes, moradoras de apartamentos de três ou mais dormitórios, tem atraído incorporadoras como a Tegra, interessadas nesse novo perfil de comprador: jovens casais ou solteiros, sem filhos, que privilegiam serviços e mobilidade.

 “Quando começamos a procurar, queríamos um bairro onde desse pra fazer muita coisa a pé e não precisássemos usar o carro para ir à padaria. Um bairro acessível, que não fosse longe dos principais polos de São Paulo”, afirma Ricardo, natural de São José dos Campos (SP), que vive na capital há quase uma década.

O economista cita a variedade de serviços, como restaurantes, bares e comércio, como o diferencial que fez com que ele e sua mulher optassem pela região. “É um bairro elitista, mas para a gente isso é algo positivo. Porque temos tudo do bom e do melhor no entorno, e ainda há opções acessíveis.”

Contribuiu também para a decisão saber que seriam abertas estações do metrô. Neste ano, foram inauguradas as estações da linha 5-Lilás do metrô – Eucaliptos (março), Moema (abril) e AACD-Servidor (setembro).

Com as novas estações, os terrenos de Moema se tornaram mais atrativos não só para os moradores, mas também para as incorporadoras, já que é permitido construir até quatro vezes a área do terreno nos eixos estruturantes. Os eixos são os corredores de transporte público e as proximidades de estações de metrô e ferrovias, que podem ser mais adensados de acordo com o Plano Diretor Estratégico de 2014. Fora dos eixos, em vez de se poder construir até quatro vezes, o permitido vai de uma a duas vezes, dependendo da região da cidade.

Compactos. Pensando nesse novo perfil de famílias em formação, o empreendimento da Tegra vai trazer apartamentos de até 71 m², de dois dormitórios, como o imóvel de Ricardo, conta Andrea Bellinazzi, diretora de inteligência de mercado da empresa. Neste edifício, os preços partem de R$ 900 mil.

Outra empresa que viu em Moema oportunidade para os compactos foi a MAC. No Is Moema, que está 100% vendido e ficará pronto em 2021, são 248 estúdios de 25 a 32 m² sem garagem – na área comum, lounge, coworking, sala de reuniões e lavanderia. “Moema é um bairro de desejo. Está perto do parque do Ibirapuera, ao lado do aeroporto de Congonhas e tem uma estrutura de comércio e serviço forte. E é um bairro de poder aquisitivo melhor. Independentemente da idade, as pessoas querem morar em Moema”, diz Ricardo Pajero, gerente comercial da MAC. A incorporadora conta que tem mais dois terrenos comprados para projetos “democráticos”, mas ainda não pode divulgar os endereços.

“Antigamente, eram apartamentos grandes para a classe média alta. Agora, quando tenho apartamento mais compacto, trago outras classes sociais. É a democratização do luxo. Todo mundo pode morar em Moema”, diz Pajero, segundo quem os imóveis do Is Moema foram vendidos a R$ 300 mil.

A Eztec, que lançou o Z Cotovia na avenida de mesmo nome, tem residenciais de 23 a 51 m² a um custo estimado de R$ 15 mil/m² (os imóveis vão de R$ 300 a R$ 800 mil). “Foi lançado em março e foi um sucesso. Restam poucas unidades”, diz Tellio Totaro, gerente comercial da Eztec. “Com esse sucesso, temos para o ano que vem mais quatro terrenos em Moema.”

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO