Com a crise político-econômica, os negócios no setor imobiliário esfriaram em Toledo. Quem está tentando vender um imóvel não pode ter pressa. As vendas estão acontecendo, mais devagar.
Conforme o coordenador do Núcleo das Imobiliárias de Toledo Vanderlei Goettems, um dos motivos é que os quesitos para concessão de crédito habitacional estão mais rigorosos. “As pessoas estão com dificuldades para comprar por conta da função do corte de crédito, principalmente, da Caixa Econômica Federal. Desde ano passado, ela vem tomando sucessivas medidas para restringir o acesso ao financiamento imobiliário. Uma delas e os novos tetos para os financiamentos que utilizam recursos da caderneta de poupança”.
As instituições financeiras também estão mais exigentes, uma das principais mudanças foi o valor de entrada para financiamento. “O consumidor tem que desembolsar um valor maior de entrada para garantir a contratação do crédito.
Agora é preciso 50% de entrada para comprar um imóvel usado e 80% um novo, além de uma maior apreciação do crédito. Esta diferença pesa no bolso do consumidor, já que muitos imóveis comercializados utilizam o financiamento imobiliário e representa menos chance de comprar”.
Ele complementa que desde 2014 diante da economia as pessoas estão mais cautelas em fazer novos investimentos e conseguir cumprir seus compromissos. Além disso, temem a perder o emprego e medo de fazer dívidas. “O comprador tinha mais coragem. Hoje, além da restrição para obter crédito, existe a questão da possibilidade de pagamento”.
Nesse cenário, as construtoras reduziram os lançamentos. “As construtoras diminuíram as obras, principalmente as chamadas casas geminadas, elas acabam acompanhando o mercado. Mas, tem bastante lançamento para este ano”. Ainda de conforme Goettems, quem saiu do mercado foram os entrantes (aqueles que queriam migrar para construção, mas desistiram por conta da retração). “Eram profissionais liberais que querem construir e vender, no entanto, com a oscilação, quem ficou são as tradicionais construtoras”.
Poder de compra - De acordo com o coordenador, as vendas diminuíram, entretanto, os negócios estão fluindo para quem tem poder aquisitivo e não dependem de financiamento.
“Mas também, exige preço, com o poder do dinheiro, eles entendem que o mercado tem a baixar, entretanto, está não é a realidade de Toledo. Salvo aqueles que realmente quer liquidar o imóvel e aceitam uma proposta menor”.
Quem acredita que com o cenário desfavorável os preços dos imóveis vão diminuir a notícia não é boa. “Os valores dos imóveis não tendem a cair. A cidade é planejada, estruturada, rica, não tem favela, e várias ações do governo, como a própria sociedade em produção, acaba atraindo investimentos”.
Procura - A procura maior é para imóvel novo dos programas habitacionais, contudo, geralmente o público são casais que tem renda até R$ 5 mil - ao solicitarem o crédito, eles conseguem financiar no máximo R$ 200 mil. Este valor compra um apartamento ou casa geminada.
“O mercado está tomando outro rumo: comprar na planta, condomínio a preço de custo. Neste sistema a construtora envolve uma imobiliária de sua confiança e faz um lançamento com valor preço de custo. Ela ganha no custo na construção e na administração no preço de custo. Boa saída para o mercado”, avalia.
Ele lembra que com a retração, há mais opções de imóveis no mercado. Conforme dados do Núcleo, entre as sete imobiliárias que compõem há duas mil unidades de ofertas de imóveis. O preço do metro quadrado depende do imóvel e é variável. A média de custo é o metro quadrado é de R$2.500 até R$ 2.800. Além do Centro, os bairros mais procurados para imóveis são Centro, La Salle, Pancera, Vila Industrial, Jardim Gisela.