Apoiados no crédito a pessoas físicas, os quatro maiores bancos de capital aberto devem mostrar bons resultados no segundo trimestre. O lucro combinado de Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander deve ficar em R$ 18 bilhões, segundo média de projeções de analistas consultados pelo Valor. O número indica crescimento de 13,5% em relação ao obtido entre abril e junho do ano passado.
Analistas do Goldman Sachs veem sinais de uma aceleração "gradual, mas consistente" das operações de empréstimos e financiamentos. Dados do Banco Central mostram aumento de 1,7% no estoque de operações dos bancos privados no bimestre encerrado em maio, período mais recente disponível.
Uma das razões do resultado são os empréstimos ao varejo - segmento que tem sido prioridade para as grandes instituições financeiras no pós-crise. O crédito a pessoas físicas tem spreads mais elevados que as operações com empresas, o que ajudará os bancos a sustentar suas margens financeiras e compensar o impacto negativo decorrente da queda da taxa Selic.
Já nos primeiros três meses do ano, os bancos começaram a sinalizar que a originação de empréstimos a pessoas físicas estava voltando aos níveis pré-crise. Essa tendência deve se acelerar na nova "safra" de resultados. Os balanços também devem mostrar novos sinais de recuperação no crédito às companhias, especialmente às micro, pequenas e médias empresas. O interesse pela oferta de crédito a grandes companhias continua limitado, segundo os analistas.
Conforme tendência dos últimos trimestres, o risco do crédito deve continuar melhorando, principalmente na área de pessoas físicas. Para os analistas, ainda existe espaço para a queda da inadimplência em 2018. Mas consideram improvável que o indicador volte ao nível de 2,7% do fim de 2014, como foi sinalizado por alguns executivos de bancos.
