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04/10/2023

Cresce entre brasileiros o desejo de comprar imóvel (Valor Econômico)

Intenção de compra sobe pelo terceiro trimestre consecutivo, segundo pesquisa; regiões Centro-Oeste e Norte têm maior procura

A intenção de comprar um imóvel nos próximos 2 anos subiu entre os brasileiros pelo terceiro trimestre consecutivo, mostra pesquisa da Brain Inteligência Estratégica, que ouviu em agosto 3.243 pessoas com renda acima de R$ 2 mil. Dessas, 39% desejam a compra.

A intenção registrada em agosto ficou 2 pontos percentuais acima do encontrado em junho e 6 pontos acima de setembro de 2022. É a maior porcentagem desde maio de 2021, quando a intenção atingiu 42%, já em movimento de queda após bater 46% em 2020.

A tendência agora é inversa. A intenção mais baixa ocorreu em novembro de 2022, de 31%, e sobe desde então. “É um movimento constante, há melhora contínua da economia”, afirma Fábio Araújo, CEO da Brain.

 

Entre os entrevistados, 28% querem comprar um imóvel, mas ainda não começaram a busca, 7% já começaram a procurar na internet e 4% estão fazendo visitas a imobiliárias e plantões de venda.

As regiões brasileiras com maior intenção de compra são a Centro-Oeste e a Norte, com 48%. Já o Sudeste tem a menor parcela de intenção, de 34%. Para Araújo, o agronegócio explica o resultado no Centro-Oeste. “O que está fazendo o país crescer é o agro, e a região é basicamente agro”.

 

Essa intenção de compra vale tanto para morar quanto para investir. Dos entrevistados que querem comprar um imóvel no país, 10% desejam fazê-lo por investimento. No Centro-Oeste, Araújo afirma que há presença forte de lotes como opção de investimento fora das capitais, por terem alta valorização.

 

Os outros principais motivos para querer adquirir um imóvel são transição de moradia (54%) e buscar uma opção melhor, um upgrade (31%). Entre os entrevistados, 86% desejam um imóvel residencial para viver, enquanto 9% querem um residencial para lazer e 10% um imóvel comercial.

As casas em ruas são os imóveis mais desejados (55%), seguidas por apartamentos (36%) e casas em condomínios fechados, com 23% de preferência.

 

A pesquisa também diferencia a intenção de compra por geração. A geração Z, que tem entre 21 e 26 anos, é mais interessada, com 45% de intenção de compra, seguida pelos millennials, que têm entre 27 e 42 anos, com 43%.

Para Araújo, isso mostra ser errada a ideia de que o jovem não deseja ter seu imóvel e prefere o aluguel. “Existe um pequeno nicho de locação por desejo, nos jovens de maior renda”, afirma, que não é significativo.

 

A tendência de aumento da intenção de compra deve seguir, segundo ele, puxada por uma esperada alta nos lançamentos imobiliários. Araújo prevê um último trimestre mais forte, após um começo de ano marcado pela desconfiança de incorporadores, principalmente de média e alta renda, com os rumos do governo e da política de juros, “mas a economia está claramente melhor e a confiança também”, diz. 

FONTE: VALOR ECONôMICO