Os ricos estão investindo mais em bolsa de valores nos últimos meses, reservando cerca de um terço de suas aplicações para ativos de renda fixa, revela um estudo feito pela smartbrain, plataforma de controle e gestão de investimentos, e divulgado com exclusividade pelo Valor.
É isso que mostram os dados de aplicações feitas por milhares de clientes endinheirados, atendidos por agentes autônomos, consultores e planejadores independentes, que usam os serviços de consolidação de carteira da smartbrain. São geralmente clientes que possuem mais de R$ 300 mil investidos e estão classificados nos segmentos de alta renda ou private.
A carteira média desses investidores em setembro aponta que 41% está alocado em fundos multimercados, outros 13% em fundos de ações e ações diretamente e outros 3% em fundos imobiliários. A fatia destinada a produtos de renda fixa, como CDB, LCI, LCA, CRI, CRA e debênture, ficou em torno de 35% em setembro.
Comparando ao portfólio visto em janeiro, março e junho (o levantamento é trimestral), as alterações foram pequenas, mas mostram que os ricos arriscaram mais em renda variável nos últimos meses, especialmente em fundos de ações, ações na bolsa e fundos imobiliários, que saíram de um peso de 13,58% da carteira na virada do ano para 16,15% agora - sem considerar o que está nos multimercados.
“Cada vez mais os investidores estão indo para a renda variável ou produtos alternativos que misturam componentes de renda variável e renda fixa, onde há potencial de maiores ganhos”, afirma Cassio Bariani, presidente da smartbrain.
Na opinião de Bariani, vale ainda ressaltar o crescente interesse por fundos imobiliários. “Está havendo uma retomada de atividade do setor imobiliário e as incorporadoras têm lançado novos projetos com possibilidade de retornos acima da Selic. Os fundos imobiliários são os veículos que estão financiando esses empreendimentos”, diz o executivo.
Outra observação feita pela smartbrain é sobre o aumento no número de ativos nas carteiras de investimentos dos grandes investidores, o que mostra, segundo Bariani, que há maior procura por novos tipos de aplicações.