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28/01/2022

Crescimento do financiamento imobiliário deve ter forte desaceleração em 2022, aponta Abecip

Enquanto em 2021 o aumento foi de 46%, totalizando R$ 255 bilhões, para este ano deve chegar a R$ 260 bilhões, alta de 2%

Após o forte crescimento registrando no ano passado, o volume de financiamentos imobiliários em 2022 deve ter uma alta bem menor, de acordo com estimativas da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Enquanto no ano passado o avanço foi de 46%, em relação a 2020, alcançando R$ 255 bilhões, em 2022, deve aumentar apenas 2%, para R$ 260 bilhões.

Segundo José Ramos Rocha Neto, presidente da entidade, as projeções unânimes são de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022 será menor do que em 2021 e, em um momento de desconforto, a decisão de compra do consumidor se retrai. No entanto, ele não enxerga possibilidade de escassez de unidades em 2023, quando a demanda voltar a se aquecer devido ao represamento esperado para este ano.

“As entregas que estão ocorrendo mitigam um pouco esse risco de em um aquecimento de demanda não ter a entrega de unidades. O mercado ainda tem uma margem de segurança nas taxas de ocupação. Na alta renda pode ser que isso seja sentido um pouco mais, mas na mediana não existe esse risco”, afirmou, em coletiva para apresentação do dados fechados no ano passado.

Atualmente, a Abecip espera que o PIB da construção civil tenha registrado um crescimento de 7,6% em 2021 e avance mais 2% em 2022. Já em relação à inadimplência, que caiu de 1,6% em 2020 para 1,5% em 2021, Rocha acredita em estabilidade para este ano. “Prevemos a manutenção da inadimplência em 2022, qualquer mudança será marginal”, avalia.

Em 2021, dos R$ 255 bilhões concedidos, R$ 205 bilhões vieram da linha do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e R$ 49 bilhões foram oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Para este ano, a projeção é que, dos R$ 260 bilhões estimados em financiamentos, R$ 195 bilhões virão do SBPE, o que corresponderia a uma queda de 5%, e R$ 64 bilhões do FGTS, alta de 30% ante o registrado no ano passado.

Rocha destacou que houve robustez de crescimento no financiamento imobiliário pelo SBPE em todas as regiões do Brasil. No Sudeste e no Nordeste houve avanço de 65% (R$ 123,4 bilhões e R$ 19,1 bilhões respectivamente), no Norte foi de 66% (R$ 5,3 bilhões), no Centro-Oeste de 63% (R$ 21,5 bilhões) e no Sul o incremento foi o mais forte, alcançando 71% (R$ 36,2 bilhões). 

FONTE: VALOR ECONôMICO