O banco BTG Pactual anunciou nesta semana a emissão, na plataforma de blockchain da Tezos, de seu token digital ReitBZ, que já vem sendo utilizado para investimentos no setor imobiliário.
Com isso, o banco oficializa um projeto anunciado em julho passado de “fatiar” imóveis inadimplentes recuperados em leilões em quotas comercializadas digitalmente.
Segundo o BTG Pactual, o token ReitBZ já foi utilizado para adquirir 238 imóveis em agosto de 2019, e mais 85 em dezembro, e 181 dessas unidades já foram vendidas, com a primeira distribuição de dividendos agendada para este mês.
O banco informou ainda que “espera lançar um mercado secundário para o ReitBZ nos próximos meses, para garantir liquidez ainda maior ao ativo digital”.
Embora outras empresas no Brasil já usem tokens, como a exchange Mercado Bitcoin e a gestora MyToken, que negociam frações digitais de títulos de precatórios, a emissão do BTG Pactual é significativa.
É uma investida do maior banco de investimentos da América Latina e um grande player do mercado financeiro tradicional na direção da criptoeconomia, como é chamado o ambiente do bitcoin, da blockchain (a rede que registra e valida as transações) e das mais de 5 mil criptomoedas no mercado.
Como o Valor Investe informou há quase um ano, os planos do banco são de tokenizar até US$ 1 bilhão em frações digitais lastreadas em “ativos imobiliários de alto risco no Brasil”, segundo Andre Portilho, sócio do BTG Pactual à frente da iniciativa.
Em outras palavras, a ideia é negociar representações digitais de quotas de imóveis inadimplentes obtidos pelo banco em leilões de dívidas. No plano inicial, os investidores poderiam fazer aportes a partir de US$ 500 (cerca de R$ 1.900) e receberiam dividendos após a recuperação dos ativos, com retorno esperado entre 15% e 20% ao ano.
“Decidimos reemitir o ReitBZ na blockchain da Fundação Tezos para que, no futuro, possamos usar essa tecnologia para realizar emissões de tokens mais complexas. Acreditamos que a solução da Tezos é mais robusta tecnicamente e nos dá mais recursos para seguir em frente”, comentou Portilho.
Mercado Bitcoin passa a negociar stable coin
A exchange Mercado Bitcoin, líder no Brasil em volume de negociações, passou a negociar a stablecoin USDC, a segunda maior do mercado global.
Stablecoins – do termo em inglês para “moedas estáveis” – são criptomoedas que têm lastro em ativos reais, normalmente moedas fiduciárias, como dólar, euro ou real. A USDC é escorada no dólar, com paridade de um para um. É executada na blockchain Ethereum, da cripto de mesmo nome, e é a segunda maior stablecoin lastreada em dólar do mundo, com US$ 750 milhões em emissões, atrás da concorrente Tether, com US$ 6,4 bilhões emitidos.
“Além de apresentarem menor variação de cotação no dia a dia quando comparadas com outras criptomoedas, as stablecoins são referenciadas em um ativo da economia real, mas não dependem do uso do sistema bancário tradicional para suas transações”, explica Fabrício Tota, diretor do Mercado Bitcoin.
Segundo Tota, a principal variável da oscilação da USDC, a primeira stablecoin que a exchange vai listar, é o câmbio. "É uma alternativa simples e barata para o investidor se expor em dólares, muito melhor em termos de custo e usabilidade do que um fundo cambial ou contratos futuros de câmbio".
Binance lança ‘pool’ de mineração
A Binance, uma das maiores exchanges do mundo (a maior em número de clientes e volume de negociação), lançou nas últimas semanas uma plataforma de mineração chamada Binance Pool.
A ideia da empresa é capacitar novos e experientes mineradores para atuarem em diversas plataformas de validação de transações digitais, como o mercado de futuros da própria Binance e outros segmentos fora de balcão.
Por enquanto, os usuários do Binance Pool terão taxa zero, mas, segundo a empresa, poderá haver cobrança de 2,5% sobre eventuais rendimentos obtidos a partir do fim de maio.
Pizzas aos médicos
Hoje (22), dia conhecido na criptoeconomia como Bitcoin Pizza Day, a exchange Mercado Bitcoin vai entregar 70 pizzas a 200 profissionais de saúde do Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (ITACI) e do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
O evento marca o aniversário do primeiro pagamento realizado com bitcoins, em 2010, quando o programador inglês Laszlo Hanyecz publicou uma oferta para trocar 10 mil bitcoins (hoje equivalentes a R$ 536,6 milhões...) por duas pizzas. Após cinco dias, em 22 de maio, outro programador, chamado Jercos, aceitou a proposta, fez um pedido e entregou as pizzas a Laszlo, recebendo os bitcoins. Desde então, pizzarias celebram a data.