A crise econômica e a instabilidade política têm mantido a intenção dos brasileiros de tomar crédito em 2016 baixa: 18% dos consumidores pretendem fazer empréstimo ou entrar em financiamento neste ano.
O resultado faz parte de pesquisa realizada em conjunto pela Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento) e pela TNS Brasil, empresa de pesquisa de mercado.
A intenção de buscar crédito está no mesmo patamar de outubro de 2015 (último levantamento disponível). Em abril do ano passado, ela foi manifestada por 24% dos entrevistados.
Por outro lado, a propensão a fazer um financiamento imobiliário cresceu entre os que estão dispostos a tomar empréstimos. O aumento foi de 10 pontos percentuais em relação ao resultado de outubro de 2015.
Antes, 44% dos que buscariam crédito estavam interessados nesta modalidade de financiamento. Agora são 54%.
No mesmo período, caíram a intenção de buscar empréstimos diretos para o consumidor (de 32% para 24%) e para o financiamento de automóveis (de 36% para 33%). A propensão a busca pelo crédito consignado se manteve estável, em 33%.
Para a pesquisa, foram feitas 1.000 entrevistas com pessoas de idade entre 18 e 65 anos.
Segundo Elizabeth Salmeirão, diretora de desenvolvimento de negócios da TNS, a situação política conturbada cria uma sensação de insegurança que diminui a intenção dos consumidores de gastar neste momento.
Ela atribui o aumento da busca por crédito imobiliário ao fato de este ser um financiamento a item de primeira necessidade.
Dentre os entrevistados, 68% disseram ter sentimento de preocupação em relação ao futuro do Brasil.
Quando perguntados sobre a situação do país, 83% avaliaram como ruim ou péssima.
Outro ponto que diminui o interesse por crédito é a inflação. Ela foi apontada por 91% dos entrevistado como influente na hora de tomar a decisão por um financiamento.