Após registrar seu melhor ano em lançamentos e vendas de imóveis em 2021, a Cury vai avaliar o mercado, com muita atenção, trimestre a trimestre, nas definições sobre os novos empreendimentos, apesar de ter condições de obter desempenho melhor quanto à apresentação de projetos, segundo Ronaldo Cury, diretor de crédito imobiliário, relações institucionais e com investidores. “Há condições para um ano melhor em lançamentos, mas faremos tudo com muito cuidado. Nosso primeiro trimestre será muito forte, mas vemos o ano com cautela. Se a velocidade de vendas cair, vamos segurar projetos”, afirma Cury.
No ano passado, a incorporadora apresentou R$ 2,48 bilhões, com expansão de 79,8%. As vendas cresceram 90,7%, para R$ 2,57 bilhões. Considerando-se a parcela dos sócios nos empreendimentos, os lançamentos somaram R$ 2,79 bilhões, e as vendas, R$ 2,57 bilhões, superando as projeções da companhia, que eram de R$ 2 bilhões e R$ 1,8 bilhão, respectivamente. Houve fases de projetos previstas para 2022 que foram antecipadas devido à demanda.
“Nossa atuação entre o segmento econômico e a média renda faz com que atinjamos uma faixa de produtos que ainda consegue um bom financiamento”, diz o diretor vice-presidente comercial, Leonardo Mesquita da Cruz. A incorporadora desenvolve produtos em regiões centrais da capital paulista, da Região Metropolitana de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Campinas. “Devido à qualidade do nosso banco de terrenos, temos conseguido elevar preços e manter a velocidade de vendas”, diz Cury.
De outubro a dezembro, a companhia elevou lançamentos em 15,1%, na comparação anual, para R$ 719,7 milhões. O crescimento das vendas líquidas chegou a 52,8%, para R$ 565,4 milhões. Um dos fatores que contribuíram para esse desempenho foi o aumento do teto de preços e a redução de juros do grupo 3 do programa habitacional Casa Verde e Amarela, que permitiu o enquadramento de mais clientes nessa faixa. “É preciso haver, urgentemente, ajustes nas faixas 1 e 2. A Cury está fora desses dois grupos até que ocorram ajustes”, diz o diretor de relações com investidores.
Em relação ao terceiro trimestre, as vendas tiveram queda de 11,6%. Isso não deveu-se a retração de demanda, segundo os executivos, mas ao lançamento de dois projetos, em dezembro, no Rio. De acordo com o diretor comercial, os esforços de vendas aumentaram, mas a comercialização de unidades ainda tem apresentado “respostas boas”. Até o fim deste mês, a companhia lançará dois produtos, com Valor Geral de Vendas (VGV) que totaliza R$ 400 milhões.
A Cury gerou caixa de R$ 92,7 milhões, no trimestre, e de R$ 237,4 milhões no ano. No fim de 2021, o banco de terrenos da incorporadora correspondia ao VGV potencial de R$ 9,8 bilhões