A incorporadora Cury já lançou cerca de dois terços do total previsto para o ano, informou o presidente Fabio Cury, em teleconferência com analistas nesta quarta-feira (10). No semestre, foram R$ 1,8 bilhão em valor geral de venda lançado.
O montante é parte da estratégia da companhia para conseguir evitar fazer lançamentos no período eleitoral, se necessário. Segundo o executivo, o terceiro trimestre também será forte em novos projetos.
“Vamos ficar atentos para não lançar empreendimento bom em momento ruim”, disse Cury.
Para a empresa, as mudanças no Casa Verde e Amarela tornaram a faixa 2 do programa mais atraente, mas não a ponto de mudar o direcionamento da companhia, que tem se concentrado na faixa 3, a última do CVA, e logo acima dele, intervalo conhecido como faixa 4 (que não compõe o programa habitacional).
Para esse segmento, outra mudança anunciada recentemente, de redução da taxa de juros no financiamento Pro-Cotista, veio a calhar. A medida, porém, vale só até o final do ano. “Nosso foco é acelerar o que temos nessas faixas”, afirmou o executivo.
No ano, a empresa pretende obter resultado melhor do que em 2021, quando registrou R$ 2,8 bilhões em lançamentos.
Perguntado sobre a possibilidade de elevar mais a margem bruta, de 35,8% no segundo trimestre, o diretor-financeiro, João Mazzuco, afirmou que a taxa deve continuar em cerca de 36% no ano.
Mais estabilidade no preço dos materiais de construção pode ajudar nisso. Segundo Fabio Cury, a inflação dos insumos está muito melhor do que no primeiro trimestre, com madeira, cobre, materiais hidráulicos, aço e caixilho de alumínio estáveis ou em queda. No momento, o problema maior é com o cimento, que tem “oscilado muito”. "É o insumo com o qual estamos sofrendo mais no ano”, disse Cury.
Ainda de acordo com o executivo, apesar da situação mais positiva, é cedo para dizer se essa estabilização nos preços das matérias-primas deve se manter no longo prazo.
Matéria publicada em 10/08/2022