O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aumentou 0,09% em setembro de 2022. O resultado foi influenciado especialmente pela redução no custo com materiais e equipamentos, assim como aconteceu no mês anterior, quando também variou 0,09%. O grupo mão de obra cresceu 0,39% e o de serviços apresentou alta de 0,34%.
Em setembro, o custo com materiais e equipamentos apresentou queda de 0,31%. Foi a segunda retração consecutiva e a maior apresentada desde agosto de 2009 (-0,38%). “Esse resultado, que pode estar relacionado a uma redução dos preços de algumas commodities, além da redução do custo do frete, com a queda dos preços dos combustíveis pode ser mais uma sinalização da mudança de rota neste custo, depois de dois anos registrando altas elevadas. Entretanto, o cenário ainda é desafiador, especialmente considerando os efeitos que os conflitos geopolíticos (Rússia e Ucrânia) ainda podem exercer sobre os preços das commodities”, destaca a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.
As maiores influências negativas para a redução desse custo em setembro foram: vergalhões e arames de aço ao carbono (-3,81%), tubos e conexões de ferro e aço (-1,56%), tubos e conexões de PVC (-1,05%), cimento Portland comum (-0,46%) e impermeabilizantes (-0,80%).
Com o resultado de setembro, o INCC acumulou, nos primeiros nove meses do ano, alta de 8,66% e, nos últimos 12 meses, elevação de 10,70%.
“Mesmo considerando a desaceleração dos últimos dois meses, o custo da construção continua em patamar elevado. De julho de 2020 até setembro deste ano, o INCC já aumentou 32,30% sendo que o custo com materiais e equipamentos, nesse mesmo período, apresentou elevação de 52,43%. Esses aumentos, inclusive, foram fatores limitadores de uma maior expansão do setor nos últimos 24 meses”, salienta a economista.
Matéria publicada em 07/10/2022