A incorporadora Cyrela vai construir em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo, seu prédio mais alto. Com 150 metros de altura e 42 andares, o On the Sky Cyrela by Yoo deverá ser o nono mais alto da cidade, afirma Efraim Horn, co-presidente da companhia.
A entrega está prevista para 2027. O prédio, de torre única, terá unidades de 29 a 162 metros quadrados, ocupando um terreno de 6,5 mil metros quadrados.
O valor geral de venda (VGV) do empreendimento é de R$ 500 milhões, com preço médio de venda para o metro quadrado em R$ 15,9 mil.
Horn afirma que esse valor significa uma margem aproximadamente 10% menor do que a usual para projetos da Cyrela, mas que a empresa optou por seguir assim para atrair compradores investidores.
O projeto terá design feito pelo escritório Yoo, de Philipe Starck, que já fez parcerias anteriores com a incorporadora.
Horn afirma que o usual para um terreno dessa proporção seria construir duas torres de 20 andares, “igual nós e o mercado fizemos quinhentos nos últimos anos”, mas que a empresa optou por “empilhar” as duas torres em uma única. “Não ia ter experiência”, diz.
Rafael Horn, copresidente da incorporadora, já havia afirmado ser preciso fugir de projetos “commodity” para se diferenciar no mercado de alto padrão paulistano. Para Piero Sevilla, diretor de incorporação e negócios da Cyrela, o On the Sky vai nessa linha. “É um empreendimento que não é todo mundo que está fazendo”. Também por ter uma execução mais complexa, conta. “Tem várias dificuldades, custa mais, o desenvolvimento é mais complexo, tem mais exigências e complicações adicionais com a prefeitura”, diz.
A companhia acredita que o prédio tem potencial para transformar o bairro. Mesmo assim, Sevilla afirma que a companhia não espera que ele gere “barulho” na vizinhança em Perdizes. “Por mais que seja muito alto, está totalmente dentro do que a Lei de Uso e Ocupação do solo prevê para a região”, diz. “Não tem por que incomodar os vizinhos, nesse sentido”.
Efraim Horn afirma que a empresa pretende fazer outros prédios tão altos quanto esse, mas que depende de conseguir uma área que atenda os limites da legislação.
Prédios altos em São Paulo tem o histórico de gerar polêmica nas vizinhanças, como no caso do Figueira Altos do Tatuapé, da incorporadora Porte, o atual maior residencial da cidade, com 168 metros de altura e 50 andares, entregue em 2021. No caso dele, a sombra provocada pela edificação gerou polêmica entre os moradores da região, que ainda têm muitas casas.
Prédio comercial
A Cyrela também está construindo outro prédio alto, dessa vez comercial, a menos de quatro quilômetros do On the Sky. É o primeiro comercial feito pela companhia, e não por subsidiárias como a CCP (atual Syn), que foi desmembrada da empresa.
Havia um mandato com a Syn que impedia a Cyrela de atuar nesse ramo, mas o prazo já terminou, explica Sevilla.
O edifício, de 130 metros de altura, no cruzamento da rua Oscar Freire com a Avenida Doutor Arnaldo, terá 45 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) e foi pensado para ser a nova sede da incorporadora, que vai ocupar três andares do empreendimento.
A sede atual da Cyrela, na avenida Faria Lima, pertencia à CCP e foi vendida para a Brookfield.
Segundo Efraim Horn, o empreendimento terá rooftop, restaurantes e academia. Os demais andares serão locados para outras empresas.
O prédio vai ocupar uma área onde antes existiam 50 casas.
Sevilla ressalta que o modelo de prédio corporativo, para renda, é diferente do que a Cyrela costuma fazer. O executivo não confirma se a companhia pretende fazer outros edifícios comerciais no futuro. O prédio terá design do escritório italiano Pininfarina.