A Cyrela teve lucro líquido de R$ 267 milhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 62,8% na comparação anual. Frente ao trimestre anterior, o lucro avançou 7,6%. Os dados foram divulgados ao mercado na noite desta quinta-feira, 9.
O resultado também foi o primeiro em que a Cyrela registrou geração de caixa desde o terceiro trimestre de 2022. “Vínhamos em uma curva de crescimento e aquisição de terrenos que demandavam mais caixa. Este ano demos uma desacelerada”, afirmou Miguel Mickelberg, CFO da Cyrela, em coletiva com jornalistas.
Mickelberg disse que o saldo do caixa ficou acima do esperado pela Cyrela por causa da boa venda de estoques. As vendas da Cyrela cresceram 37% em base anual, para R$ 2,14 bilhões. Metade do montante – R$ 1,07 bilhão – é referente à venda de estoques em construção, além de R$ 177 milhões em vendas de estoque pronto. Outros R$ 900 milhões são relativos aos lançamentos.
A Cyrela lançou nove empreendimentos no período, um a mais que a mesma janela do ano anterior. A velocidade de vendas (VSO) foi de 53%. Já a VSO de 12 meses foi de 50%, ante 49% registrados no primeiro trimestre de 2023.
No trimestre, o destaque do portfólio foi o lançamento do projeto “La Isla” no Rio de Janeiro, com R$ 500 milhões em valor de vendas lançado (VGV) – quase a metade do R$ 1,7 bilhão alcançado pelo total do indicador no trimestre.
A receita líquida da Cyrela, por sua vez, atingiu R$ 1,57 bilhão no primeiro trimestre – alta de 23% na comparação anual e queda de 8% frente aos três meses anteriores.
No primeiro trimestre a margem bruta avançou 0,6 ponto percentual (p.p.), para 31,4%. Na comparação trimestral, o indicador recuou 2,3 p.p..
Deterioração do cenário macroeconômico
Para além do balanço, a Cyrela sinalizou uma preocupação em seu release de resultados. “Observamos certa deterioração no cenário macroeconômico, mas estamos preparados para entregar sólidos resultados mesmo neste contexto”, escreveu a administração.
Segundo o CFO, a mensagem se refere à trajetória da curva de juros. “Imaginamos uma redução de maior intensidade na Selic, com encerramento [do ciclo de corte de juros] entre 8,5% e 9%. Agora, os principais analistas já falam na casa dos 10%”, comentou.
Ontem, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu o ritmo de corte de juros de 0,5 ponto percentual para 0,25 p.p., levando a Selic para 10,5% ao ano.
A mudança, no entanto, não deve afetar os planos da Cyrela. “Mesmo com a deterioração, não vimos mudança no apetite dos consumidores. Por isso continuamos com confiança para entregar resultados ao longo do ano”, concluiu.