A Gerdau vai fazer a primeira grande reforma do alto-forno 1 da usina de Ouro Branco, em Minas Gerais, em 2023. O presidente da siderúrgica, Gustavo Werneck, disse ao Valor que essa parada estava prevista para o final de 2022, mas como foi feita uma pequena manutenção do equipamento neste ano, com uma interrupção da operação por 60 dias, a companhia conseguiu estender a vida útil do alto-forno por mais um ano.
“Será uma parada por quatro a cinco meses e os investimentos estão dentro do plano que traçamos para a usina nos próximos quatro anos. São recursos da ordem de R$ 500 milhões por ano que serão aplicados em Ouro Branco, incluindo a siderurgia e a mineração até 2022”, disse o executivo do grupo brasileiro.
Segundo Werneck, o alto-forno 1 é o maior que a siderurgia opera em Ouro Branco com capacidade de produção de 2,5 milhões de toneladas de aço bruto por ano. Hoje, a Gerdau trabalha com dois equipamentos nesta unidade. “Esse alto-forno tem 33 anos de idade e será a primeira vez que faremos essa grande reforma. Na parada que fizemos este ano, de 60 dias, investimos R$ 150 milhões”, afirmou.
O executivo acrescentou, ainda, que a Gerdau espera para janeiro a concessão das licenças ambientais para o início dos investimentos para aumentar a vida útil da mina de minério de ferro que a companhia mantém em Ouro Branco. “Estava previsto para que essa licença saísse em setembro, mas ocorreu um atraso por parte do governo no Estado de Minas Gerais em função dos acontecimentos do início do ano. Mas, o que sentimos é que, agora, o governo retomou o ritmo normal de aprovação de licenças ambientais.”
Na operação de aços longos, Werneck disse que a companhia espera um crescimento de 6% a 8% na demanda no mercado brasileiro, puxado principalmente pelo setor imobiliário. “Estamos muito otimistas com 2020. Pela primeira vez nesses últimos tempos, estamos vendo a demanda retomando. Com o aumento dos lançamentos imobiliários, os pedidos estão acontecendo. E esse movimento será mais forte depois do Carnaval. Então, 2020, haverá recuperação de mercado”, afirmou o executivo.
Segundo Werneck, com a queda da demanda no Brasil nos últimos anos, a Gerdau passou a operar com uma utilização de capacidade de 63% em aços longos e 83% em aços planos, em média, de acordo com Werneck gira em torno de 65%. “O ideal é um nivel de ociosidade de 20% na operação. Mas, estamos trabalhando para essa recuperação esperada no próximo ano. Não haverá desabastecimento. Temos duas usinas paradas, uma na Bahia e outra em Curitiba, com isso temos condições de voltar a operação normal dessas unidades em três meses, caso necessitemos reativá-las”, afirmou o executivo.