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13/03/2017

Depois do baque, setor imobiliário mostra-se mais confiante

As condições da demanda, estreitamente ligadas aos níveis de emprego e à massa salarial, vão depender da aceleração do ritmo da atividade econômica.

O setor imobiliário sofreu um tremendo baque em 2016, com forte impacto sobre o desemprego no País, já que é a área da economia que mais absorve mão de obra. O Radar Abrainc-Fipe, instituído pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP), mostra que, em uma escala de zero a dez, as condições gerais do mercado imobiliário receberam a nota média de 2,4 em 2016, queda de 0,9 ponto em comparação com 2015 e de 3,8 pontos em relação a 2014, configurando o menor nível da série iniciada em 2004.

Contudo, as perspectivas para 2017 são bem melhores. O Radar já registrara melhora em dezembro em relação ao mês anterior no ambiente macroeconômico (avanço de 0,1) e de crédito imobiliário (0,3), compensando o recuo em demanda (-0,2) e ambiente setorial (-0,5).

A queda da inflação, proporcionando a redução da taxa básica de juros, tendência que deve se manter, restabeleceu a confiança dos empresários quanto a uma evolução mais favorável dos negócios nos próximos messes. Com a intenção manifesta de expandir o mercado para as incorporadoras, em novembro de 2016 o Conselho Monetário Nacional (CMN) aumentou para R$ 950 mil (para os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) o limite máximo de financiamento para a compra de imóveis residenciais novos com o uso de depósitos do FGTS (para os demais Estados, o teto era de R$ 800 mil). Não julgando a medida suficiente, o CMN voltou a elevar, em fevereiro, o teto para R$ 1,5 milhão em todo o País.

A medida vale apenas em 2017, mas pode ser renovada. Já as taxas de juros para o Sistema Financeiro da Habitação, geralmente mais baixas que as de outros tipos de financiamento imobiliário, podem também cair nos próximos meses.

As condições da demanda, estreitamente ligadas aos níveis de emprego e à massa salarial, vão depender da aceleração do ritmo da atividade econômica. Há indícios de que isso já vem ocorrendo em alguns segmentos da indústria, mas, para a maioria dos analistas, uma melhora significativa do emprego só deve ocorrer no segundo semestre.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO