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23/02/2016

Descontos em negociação de imóveis aumentam e atingem 8,8% em dezembro

Quem pechincha na hora de comprar um imóvel está conseguindo melhores resultados. Levantamento feito pelo FipeZap mostra que, em dezembro de 2015, o percentual médio de descontos em negociações imobiliárias atingiu 8,8%, o maior patamar desde dezembro de 2013, quando a série foi iniciada.

Luís Guilherme Julião

Quem pechincha na hora de comprar um imóvel está conseguindo melhores resultados. Levantamento feito pelo FipeZap mostra que, em dezembro de 2015, o percentual médio de descontos em negociações imobiliárias atingiu 8,8%, o maior patamar desde dezembro de 2013, quando a série foi iniciada. Já a quantidade de negociações feitas com desconto chegou a 77,9% do total, também o maior percentual registrado no período, com um aumento constante desde março de 2015.

O estudo considera que a demanda por imóveis no quarto trimestre de 2015 enfrenta "um quadro desafiador para o mercado", o que tem aumentado as expectativas de queda de preço para quem compra. Segundo o relatório, 58% dos que pretendem adquirir um imóvel disseram aguardar uma redução dos preços em 2016. O número só não é maior que o observado no terceiro trimestre de 2015, quando atingiu 61%, e tem refletido também na expectativa a longo prazo. Apenas 30% dos que planejam uma compra nos próximos 10 anos disseram acreditar em um aumento acima da inflação, a menor taxa desde que a pesquisa começou a ser feita.

O coordenador do índice FipeZap, Eduardo Zylberstajn, não se surpreende com o resultado. No ano passado, a Caixa Econômica Federal estabeleceu regras mais rígidas para financiamentos imobiliários, como o aumento da entrada de imóveis usados, que subiu de 20% para 50% e a elevação das taxas de juros.

Isso é um pouco reflexo da situação atual e sem dúvida acaba afetando a demanda do mercado, que é prejudicada com a dificuldade de conseguir crédito. Um juro muito alto faz o vendedor ter pressa para vender o imóvel, porque quanto mais rápido ele vender, mais tempo vai ter para aproveitar esses juros altos — explica Zylberstajn.

O percentual de interessados em comprar um imóvel nos próximos três meses aumentou de 40% para 43% no último trimestre do ano, em relação ao período anterior, mas teve queda na comparação com o mesmo período de 2014, quando a taxa foi de 56%.

O coordenador destaca ainda a diminuição do percentual de pessoas que consideraram os preços altos ou muito altos no último trimestre do ano passado. No final de 2014, 88% das pessoas que pretendiam comprar imóveis tinham essa percepção, contra 84% dos que compraram. O ano de 2015 encerrou com esses índices caindo para 78% e 64%, respectivamente.

O percentual de pessoas que entende que o preço está alto não está mais no pico, e parece que esse momento de queda nos preços já começa a ser percebido, avalia Zylberstajn.

Mesmo diante desses resultados, o percentual de investidores no mercado imobiliário residencial permaneceu praticamente constante ao longo do quarto trimestre de 2015, respondendo por cerca de 40% no acumulado em 12 meses. Já a porcentagem de entrevistados que declararam intenção em adquirir um imóvel nos próximos três meses elevou-se ligeiramente, passando de 40% na pesquisa anterior para 43% na atual.

FONTE: O GLOBO