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21/10/2024

Dois a cada três brasileiros deixam de negociar imóveis pelo preço, diz Datafolha (Exame)

Mais da metade dos proprietários admitem que inflam os preços para ter maior margem de negociação

Fator decisivo na hora de escolher um imóvel, o preço tem sido um empecilho na hora da negociação. Dois a cada três brasileiros já desistiram de alugar, comprar ou vender um imóvel com medo de fazer um mau negócio por conta do preço.

A informação é de pesquisa realizada pelo Datafolha em parceria com o Grupo QuintoAndar para identificar os desafios da população na hora de precificar um ativo residencial. Foram entrevistados mais de 2 mil inquilinos, compradores, vendedores e proprietários de imóveis em todas as cinco regiões do país (veja detalhes da metodologia abaixo).

O estudo apontou que 84% dos entrevistados considera difícil obter informações precisas sobre qual seria o preço adequado de um imóvel. Em uma escala de 0 a 10, os principais desafios elencados foram:

Ter fontes confiáveis para se orientar (média 6,4);

Saber se o preço está adequado na hora da decisão (6,4);

Avaliar o impacto das melhorias/reformas feitas no imóvel (6,3). 

Boa parte da incerteza vem da cultura do brasileiro em colocar o valor um pouco acima do esperado para aumentar a margem de negociação. Segundo a pesquisa, 53% dos entrevistados acreditam que os proprietários utilizam essa estratégia esperando um pedido de desconto na negociação.

Os proprietários, por sua vez, corroboram essa visão. Mais da metade deles (56%) admite inflar os preços contando com a barganha. Outros 29% são verdadeiros na hora de indicar o valor que desejam – ainda abrindo espaço para negociação, ainda que menor. E apenas 16% precificam o imóvel diretamente no patamar que estão dispostos a fechar um acordo, sem flexibilidade.

Diante disso, quem tem interesse em alugar ou comprar já inicia as negociações pensando no desconto. A pesquisa mostra que 77% dos brasileiros começam a procura com essa mentalidade – e mais da metade (52%) busca uma margem de negociação entre 5% e 10% do valor do imóvel. 

 

“Essa estratégia, muitas vezes, acaba prejudicando quem planeja vender ou alugar, em razão da sobreprecificação, podendo, inclusive, impactar a liquidez do imóvel. Isso pode desestimular também os compradores e inquilinos que buscam preços justos e transparentes”, afirma Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar. 

Metodologia da pesquisa 

Ao todo, foram realizadas 2.005 entrevistas com a população brasileira com 18 anos ou mais, incluindo inquilinos, compradores, vendedores e proprietários de imóveis, em todas as cinco regiões do país (Sudeste, Sul, Norte, Nordeste e Centro-Oeste). 

Há, ainda, uma amostra representativa das regiões metropolitanas de Rio, São Paulo e Belo Horizonte, as mais populosas do país. 

 

A pesquisa foi feita entre os dias 27 de agosto e 12 de setembro de 2024 e tem uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos para o total da amostra.

FONTE: EXAME