Dona das marcas Amanco, Plastubos e Bidim, a Mexichem Brasil projeta elevar seu faturamento em pelo menos 15%, neste ano, superando em pelo menos cinco vezes o crescimento do setor de materiais de construção. Os números de 2018 ainda não estão fechados, mas o diretor geral da Mexichem no Brasil, Henio De Nicola, estima que a empresa tenha apresentado expansão de 8% a 12% ante o faturamento de R$ 1,35 bilhão obtido em 2017.
No ano passado, a reabertura da unidade da Amanco em Joinville (SC) que estava fechada desde 2017 e de um centro de distribuição no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco, que não operava desde agosto de 2015, contribuíram para a melhora do desempenho. Dependendo das condições de mercado, as atividades da unidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro, também poderão ser retomadas. A Mexichem tem seis fábricas de produtos com as marcas Amanco e Plastubos e uma com a marca Bidim.
Nicola conta que a Mexichem apostou também no reforço da equipe comercial para melhorar o atendimento ao atacado e ao varejo. Em 2019, uma das estratégias de crescimento da empresa são parcerias de exclusividade no varejo que estão em fase de fechamento. De acordo com o executivo, a participação de mercado da Amanco - sua principal marca - em tubos e conexões fica em torno de 36% a 38%, enquanto a Tigre, líder do segmento, responde por de 39% a 41%.
No ano passado, a Mexichem inaugurou o centro de inovação em Sumaré (SP) para atender ao aumento do nível de exigência dos consumidores em relação aos produtos. "Temos de facilitar a vida dos clientes", afirma o principal executivo da empresa no país. A Mexichem tem investido em produtos que oferecem mais conforto e facilidade de instalação, segundo Nicola.
Para 2019, estão previstos investimentos de US$ 8 bilhões em uma extrudora para tubo de infraestrutura na unidade de Sumaré e US$ 20 milhões na melhora de desempenho e automação de equipamentos nas demais unidades.
O mercado de edificações residenciais é o principal para a Mexichem no Brasil, mas a empresa abastece também obras de edifícios comerciais e de galpões industriais e logísticos, além de infraestrutura e o setor de agricultura (este com equipamentos de irrigação). Nicola ressalta o potencial de demanda para tubos e conexões resultante do déficit habitacional de 7,7 milhões de moradias e a expectativa de melhora do segmento de infraestrutura. O executivo espera também continuidade do crescimento da procura de materiais de construção para reformas.
A Mexichem trabalha com a perspectiva de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá pelo menos 3% em 2019. "Acredito que a melhora significativa de cenário ocorrerá no ano que vem", diz Nicola. O executivo espera crescimento acelerado em 2020 se as reformas forem aprovadas.
Nicola assumiu o comando da Mexichem no país em abril do ano passado. "Sou um aprendiz aqui. Vim do setor metal-mecânico. Trabalhei na indústria plástica há algum tempo", afirma o executivo.
O Brasil responde por 40% do faturamento do grupo na América Latina. No país, a Mexichem tem cerca de 2 mil funcionários.