Notícias

02/03/2016

É hora de se proteger contra a volatilidade

O cenário econômico brasileiro não oferece ainda uma perspectiva clara para o investidor sobre a retomada do crescimento do país. Essa falta de nitidez do mercado naturalmente leva o investidor a optar pela segurança na hora de investir em vez de utilizar as informações históricas sobre rentabilidade como o primeiro critério de tomada de decisão.

Augusto Miranda

O cenário econômico brasileiro não oferece ainda uma perspectiva clara para o investidor sobre a retomada do crescimento do país. Essa falta de nitidez do mercado naturalmente leva o investidor a optar pela segurança na hora de investir em vez de utilizar as informações históricas sobre rentabilidade como o primeiro critério de tomada de decisão.

Para se proteger, o melhor remédio é a já conhecida diversificação. Colocar o seu dinheiro em diferentes investimentos elimina a necessidade de acertar o momento exato em que um ativo estará "atrativo" para negociá-lo. A exposição diversificada - e revisada periodicamente - pode também aumentar o potencial de retorno da carteira e diluir os riscos envolvidos em cada alocação.

Entender esse conceito da diversificação é importante para desenhar um esboço para o longo prazo e preparar a alocação dos investimentos nos produtos que mais se encaixam no perfil de cada investidor. Para começar a diversificar é necessário dividir os investimentos em diferentes opções e segurar a ansiedade para suportar a volatilidade do mercado. A fórmula não é nova, mas é eficaz.

No atual cenário, alocar parte dos investimentos em renda fixa pós-fixada significa ter proteção em relação à taxa básica de juros do mercado, a Selic. Se a taxa sobe, quem tem recursos em renda fixa recebe a valorização da taxa. Instrumentos como a LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), por exemplo, têm isenção em relação ao Imposto de Renda (IR) e muitas vezes são boas alternativas para o investidor quando comparadas com produtos que recolhem o imposto.

Entretanto, como a oferta desses produtos é escassa, o investidor deve analisar sempre com cuidado as condições dos ativos que está adquirindo. Essa avaliação inclui liquidez, prazo do investimento, horizonte do investimento (por quanto tempo o investidor manterá o ativo), solidez da instituição emissora e, finalmente, a taxa de rentabilidade.

O Tesouro Selic, nome da Letra Financeira do Tesouro (LFT) no Tesouro Direto, também é remunerado pela Selic. Para investir neste título, é necessário que o investidor tenha um cadastro junto a uma corretora de valores. O investimento inicial é de cerca de R$ 30. Há custos envolvidos como a custódia da Bolsa e, eventualmente, da própria corretora. Os rendimentos obtidos nesta modalidade estão sujeitos à tributação de acordo com a tabela regressiva de IR para a renda fixa, cujas alíquotas variam de 22,5% para prazo de aplicação de até 180 dias a 15% acima de 720 dias.

É importante que o investidor tenha posições generosas vinculadas às classes de ativos mais conservadoras, sempre respeitando o seu perfil. Essa classe de ativo servirá como um colchão de liquidez e também como um bom mecanismo de segurança em cenários indefinidos.

A Instrução CVM 539, vigente desde junho de 2015, estabelece diretrizes quanto ao processo de recomendação de investimentos para o cliente investidor, por meio da criação dos "Perfis de Investidor" e dos controles relacionados ao processo de identificação do perfil e oferta de produtos. Embora o processo possa variar entre instituições, é recomendado que investidores de qualquer perfil mantenham os percentuais máximos para cada classe de ativo.

Vale lembrar, ainda, que existem boas alternativas em títulos que protegem os clientes contra a inflação no longo prazo acrescido de uma taxa anual, tais como o Tesouro IPCA+, e opções em renda fixa prefixada, entre elas o Tesouro Prefixado. Mas essas opções são para aqueles que acreditam em uma queda da Selic no curto prazo.

FONTE: VALOR ONLINE