Por Circe Bonatelli
A Finamob, empresa de originação e estruturação de crédito para incorporadoras, vê potencial para dar vazão a R$ 1 bilhão em operações financeiras em 2025. Se confirmado, isso será um passo relevante na comparação com 2024, quando vai fechar em R$ 300 milhões.
O principal produto da Finamob é o crédito para a construção de empreendimentos, modalidade tradicional entre os bancos. No entanto, as instituições financeiras estão mais seletivas na concessão desse tipo de empréstimo devido à escassez de recursos das cadernetas de poupança, que abastecem a modalidade.
A Caixa Econômica Federal, por exemplo, tem priorizado a concessão de financiamentos para a pessoa física concluir a aquisição dos imóveis, enquanto as construtoras têm sido direcionadas a outras linhas de empréstimos, a juros mais altos.
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Esse é pano de fundo para o crescimento de operações de crédito cujos recursos provêm do mercado de capitais. No caso da Finamob, a empresa tem parceiras com gestoras institucionais, butiques de gestão de patrimônio (weatlh) e plataformas de crowdfuding com apetite para financiar as incorporadoras. É daí que sai o dinheiro, enquanto a Finamob se limita a fazer a ponte entre credores e tomadores.
A empresa tem como sócio Murilo Marchesini, de família empreendedora do mercado imobiliário, com loteamentos na região metropolitana de São Paulo. Ele também é presidente da incorporadora Verticale, já passou pela gestora Result Invest e pela construtora Weag. A empresa também conta com o head de novos negócios, Daniel Bank, que começou a carreira em serviços financeiros na EY, depois foi para mesa de crédito privado da XP e o time de macroeconomia da Claritas.
Segundo Marchesini, o plano para ampliar as originações de crédito se dará pelo fomento de publicidade, participação em eventos e investimento em plataformas de tecnologia que mapeiam lançamentos imobiliários. De um lado, o juro em alta inibe muitos projetos. Por outro, diz, cria situações de aperto em incorporadoras, como distratos de vendas, em que as empresas pedem soluções financeiras, como crédito para giro.