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11/03/2020

Empresas brasileiras captam R$ 45,9 bilhões no mercado de capitais doméstico em fevereiro

Na renda fixa, as debêntures seguem na liderança, com R$ 11,2 bilhões captados no ano

As emissões de mercado de capitais registraram volume três vezes maior em fevereiro comparado a janeiro, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). No mês passado, as empresas brasileiras captaram R$ 45,9 bilhões no mercado doméstico, bem acima dos R$ 15 bilhões do primeiro mês do ano.

No primeiro bimestre de 2019, o total captado alcançou R$ 60,9 bilhões, contra R$ 38,4 bilhões do mesmo período do ano passado. As operações de renda variável representaram 60% do volume de fevereiro, com R$ 27,4 bilhões. No mesmo período de 2019 não foram registradas ofertas de ações. Neste ano até fevereiro, os IPOs e follow-ons (ofertas subsequentes) alcançaram R$ 28,6 bilhões.

 

Os follow-ons seguem em destaque, com 44,8% das ofertas totais em 2020 ou R$ 27,3 bilhões. O resultado foi puxado pela operação da Petrobras realizada no último mês, que movimentou R$ 22 bilhões.

“Até meados de fevereiro, o mercado seguia aquecido na renda variável. O volume captado e as 25 ofertas que estão em análise na CVM comprovam isso”, afirma José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima. No entanto, “pelo menos por ora, as incertezas no cenário global, com o embate dos preços do petróleo e o coronavírus, exigem cautela”, diz o representante da entidade.

 

Na renda fixa, as debêntures seguem na liderança, com R$ 11,2 bilhões captados no ano. O resultado do primeiro bimestre fica abaixo da média mensal registrada no ano passado, de R$ 15,4 bilhões, e é 48% menor do que o volume captado no mesmo período de 2019 (R$ 21,5 bilhões).

Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direito Creditório) aparecem depois, com R$ 7,8 bilhões, seguidos pelos CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), com R$ 2,9 bilhões, e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), com R$ 2,1 bilhões no ano.

Os fundos imobiliários seguem em alta. No ano, as captações chegam a R$ 6,8 bilhões, o que representa aumento de 37,8% sobre o mesmo período de 2019. A tendência é que o instrumento tenha avanço de mais R$ 9,2 bilh

ões nos próximos meses, a partir de R$ 3,9 bilhões de ofertas que estão em andamento e de R$ 5,2 bilhões que estão em análise na CVM.

 

No mercado externo, as empresas brasileiras levantaram US$ 9,1 bilhões ou R$ 38,7 bilhões no primeiro bimestre, o que equivale a alta de 576,9% sobre o mesmo período do ano passado, quando as captações somaram apenas US$ 1,4 bilhão. O volume reflete nove operações de dívida e uma de renda variável.

FONTE: VALOR ECONôMICO