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28/09/2021

Endividamento das famílias fica em 59,9% em junho e em 37,1% sem crédito imobiliário, aponta BC

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a autoridade monetária observa de perto o crescimento do endividamento das famílias no Brasil

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a autoridade monetária observa de perto o crescimento do endividamento das famílias no Brasil

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro continuou batendo recordes e ficou em 59,9% em junho, ante 59,3% em maio, informou nesta segunda-feira, 27, o Banco Central. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 37,1% em junho, ante 36,6% em maio.

O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.

Em função da metodologia utilizada, os números de endividamento sempre eram divulgados com apenas um mês de defasagem. Em setembro do ano passado, no entanto, o BC adiou a divulgação de dados referentes ao endividamento e ao comprometimento de renda das famílias brasileiras, em função de alterações de datas promovidas pelo IBGE. Agora, o BC atualiza os números com referência em junho.

Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias para pagar parcelas mensais de empréstimos com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu 30,9% em junho, ante 30,7% em maio. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou em 28,3% em junho, ante 28,2% em maio.  

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, destacou que o endividamento das famílias prossegue em trajetória de crescimento. “Às dívidas bancárias tem crescido de maneira mais veloz que a massa salarial, o que leva à elevação da taxa de endividamento”, explicou.

“No caso do comprometimento da renda esse porcentual não é recorde, e tem oscilado ao longo do ano. Em janeiro, por exemplo, estava em 31,1%”, detalhou Rocha. 

Rocha também admitiu que a autoridade monetária observa de perto o crescimento do endividamento das famílias no Brasil, mas argumentou que a instituição não considera um porcentual a partir do qual precisará olhar o indicador com mais “preocupação”.

“Mostramos também o dado sem o crédito habitacional, porque o endividamento imobiliário é muito mais gerenciável pelas pessoas, com prazos muito longos e juros de um dígito. O endividamento das famílias brasileiras não é derivado do rotativo ou do cheque especial. Em sua maior parte, é composto pelo crédito imobiliário e pelo consignado”, argumentou. 

“O BC monitora constantemente condições de crédito do SFN e observa crescimento do endividamento das famílias com atenção. É fundamental que acesso das famílias ao crédito seja feito com educação financeira e transparência sobre as condições dos contratos”, completou Rocha.    

FONTE: ESTADO DE S.PAULO