O preço dos imóveis no Brasil teve uma leve queda no fechamento de 2018, com retração de 0,21%, sem levar em consideração a inflação. Foi o segundo ano consecutivo que o valor apresentou recuo, já que em 2017 caiu 0,53. Segundo os dados do Índice FipeZap, estes foram os únicos dois anos que apresentaram retração desde que o indicador começou a ser medido, em 2008. No Recife, os preços também seguiram a tendência da estabilidade em 2018, porém com um leve aumento de 0,14%. E a expectativa para este ano é que a economia volte a crescer e que o setor da construção civil se beneficie com a retomada esperada, inclusive apresentando lançamentos. Ainda assim, a estimativa é que os valores dos imóveis ainda se mantenham estáveis na capital pernambucana.
Para 2019, existe uma expectativa positiva por meio dos empresários do setor e, com isso, também desponta a perspectiva de que o mercado vai voltar a apresentar lançamentos. Para Thiago Melo, vice-presidente da Associação das Empresas Imobiliárias de Pernambuco (Ademi-PE) e sócio da construtora Porto Engenharia, o diferencial é a faixa que os novos imóveis vão atingir. "Não é que que não havia lançamentos, mas estavam mais concentrados na faixa do Minha Casa Minha Vida nos últimos três anos. Agora acredito que as incorporadoras vão voltar a lançar em uma faixa acima", pontua.
A retomada dos produtos deve acontecer para a faixa que compreende o financiamento com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). %u201CO mercado está se preparando para lançar produtos com média de valores entre R$ 300 mil e R$ 600 mil, existe uma demanda retraída para esse tipo de imóvel porque tiveram poucos lançamentos nesta faixa nos últimos anos e acho que em 2019 vai ser melhor%u201D, afirma Thiago Melo, ressaltando que os imóveis inseridos no Minha Casa Minha Vida não vão deixar de ser lançados. "Não vai parar, mas o mercado ainda está aguardando as regras para o programa que serão apresentadas pelo novo governo para ver se vai ficar mais ou menos atraente para o construtor", complementa.
Em relação aos preços, o metro quadrado fechou em R$ 5.895 no Recife, sendo a nona cidade com maior valor entre as 20 analisadas pelo Índice FipeZap. E a estimativa é manter a base praticada atualmente. "O preço já está em uma média que não deve aumentar porque as coisas na construção são a longo prazo e não tem como mudar rapidamente. E, por outro lado, para o empreendedor não tem como ser mais baixo para não arriscar a viabilidade do empreendimento. Portanto, não acredito nem em alta e nem em baixa neste ano, deve manter a estabilidade", conclui Thiago Melo.