A experiência se assemelha à de um parque de diversões, mas acontece no estande de vendas de um condomínio residencial no Brooklin, na zona sul de São Paulo.
Antes de ser abordado por um dos vendedores, o visitante caminha por um túnel com projeções de paisagens. Graças a um sensor de movimento, as imagens se movem de acordo com os passos de quem caminha por ali, provocando uma interação com a floresta virtual.
Ao sair do túnel, o visitante depara com um jardim verdadeiro, com árvores frutíferas nativas ocupando um espaço de aproximadamente mil metros quadrados. Ali, ele é encaminhado a um elevador onde várias telas simulam movimentos de voo e até uma viagem ao espaço.
O sistema se assemelha aos utilizados em elevadores de arranha-céus famosos pelo mundo, como o Empire State, em Nova York, e o Burj Al Arab, em Dubai.
Os sete apartamentos decorados do empreendimento são temáticos. Cada um retrata -ou adianta- costumes de uma época da história brasileira, de 1940 a 2038.
No último apartamento, um espaço em branco, o visitante põe óculos de realidade virtual para ver como será viver ali daqui a 20 anos: a ideia de futuro inclui um robô que se apresenta aos humanos e um drone que entra pela janela para deixar uma entrega.
"Queremos proporcionar uma experiência diferente, lúdica, que mexa com a memória afetiva das pessoas", explica Vinícius Amato, diretor de incorporação da Gamaro Incorporadora, responsável pelo empreendimento O Parque.
O investimento no estande foi de R$ 7 milhões. - O empreendimento terá três torres, com apartamentos cujas áreas vão variar entre 78 e 410 metros quadrados. Os edifícios serão rodeados por um parque de 25 mil metros quadrados, aberto à vizinhança.
Na avenida Rebouças, a Nortis também apostou na tecnologia para destacar o empreendimento POD. A incorporadora investiu em uma estrutura feita com andaimes e tecidos que mudam de cor, fazendo um jogo de luzes.
De acordo com o diretor de incorporação da Nortis, Daniel Toti, a intenção é diferenciar o POD de outros lançamentos que estão acontecendo na região e conseguir visitas espontâneas, ou seja, atrair pessoas que estão passando pela rua e decidem entrar para conhecer o projeto.
"Além disso, queríamos também construir algo que transmitisse para as pessoas o que será o empreendimento", comenta o diretor da incorporadora. A disposição dos cubos de tecido simula a arquitetura que terá o POD.
A futura torre, que deve ficar pronta entre o final de 2021 e o início de 2022, foi projetada de forma a parecer a junção de diferentes blocos encaixados. A aparência varia de acordo com a posição de quem a observa. Os 127 apartamentos terão área entre 36 e 93 metros quadrados.
CONSTRUTECHS - Paralelamente às fintechs, voltadas ao mercado financeiro, começam a surgir na construção civil as construtechs, empresas empenhadas em otimizar os processos de construtoras e incorporadoras.
Para o vice-presidente do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, as construtechs oferecem uma relação vantajosa entre custo e benefício.
"Antes, investir em tecnologia exigia muito gasto com máquinas e processos complexos. Hoje, a evolução da internet e as startups, com jovens com boas ideias, possibilitaram investimentos menores, mas com bons resultados".
Uma dessas construtechs é a CoteAqui, criada em 2014 em Recife (PE) por cinco amigos com experiência em engenharia e gestão de negócios.
"Nosso objetivo é agilizar o processo de cotação de materiais para obras e garantir que construtoras e incorporadoras façam suas melhores negociações", diz João Roberto de Queiroz, o diretor comercial.
Pelo site, as empresas dizem quais materiais desejam cotar, e a ferramenta busca os melhores preços. O cadastro de fornecedores é gratuito.
Construtoras pagam mensalidade entre R$ 99,90 e R$ 349,90. Segundo Queiroz, a plataforma diminui em até 66% o tempo das cotações.
Outra construtech é a baiana Interakt, que criou uma ferramenta de alerta que ajuda a detectar problemas nas construções. Para isso, aperfeiçoou uma ferramenta tradicional, o andon, que usa lâmpadas de diferentes cores para avaliar as etapas do trabalho.
A Interakt desenvolveu um andon wireless que funciona com tecnologia de transmissão de elevado alcance. Por meio do wi-fi, informações em tempo real sobre as obras são enviadas para os celulares ou computadores dos gestores.
"Às vezes, em meio às tarefas, alguns alertas dos andons passavam despercebidos, e os problemas demoravam para ser resolvidos. Queríamos fazer algo que desse mais destaque a essas notificações, tornando o processo mais eficiente", diz Victor Cavalcanti, diretor-executivo da Interakt.
Ele afirma que os preços do serviço variam de acordo com o tamanho da obra e a quantidade de andons wireless que serão usados. Para a construção de um prédio de 20 andares, por exemplo, cada dispositivo custou R$ 249,90, e a plataforma de gestão foi de R$ 149,90 ao mês.
O produto acabou de sair da fase de testes e pode ser enviado por correio para qualquer região do Brasil. Para instalar o aparelho, basta ligá-lo à tomada.