Notícias

28/07/2022

Estoque de crédito sobe 0,8% em abril; concessões caem 10,4% e inadimplência sobe 0,1 ponto (Valor Econômico)

Em 12 meses, houve alta de 16,8% no estoque

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 0,8% em abril, para R$ 4,816 trilhões, conforme divulgado nesta quarta-feira pelo Banco Central (BC). Em 12 meses, houve alta de 16,8%.

Como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela autoridade monetária, o estoque de operações foi para 53,7%, frente a 53,9% em março. Em abril de 2021, o saldo era de 52,6%.

 

O saldo total do crédito livre subiu 1,4% em abril, chegando a R$ 2,906 trilhões, enquanto o crédito direcionado recuou 0,1%, para R$ 1,909 trilhão.

O saldo total de crédito para as famílias aumentou 1,1% no mês, chegando a R$ 2,832 trilhões. Para as empresas, houve alta de 0,4%, para R$ 1,984 trilhão.

As projeções mais recentes do BC para o crescimento do crédito em 2022 são: 11,9% para o total; 15,2% para o livre; 7,0% para o direcionado; 14,4% para pessoas físicas; 8,5% para pessoas jurídicas.

 

O crédito ampliado ao setor não financeiro cresceu 1,3% em abril, na comparação com março, alcançando R$ 13,593 trilhões. Essa é considerada pela autoridade monetária a medida mais abrangente do crédito, já que inclui não apenas empréstimos e financiamentos, mas também o mercado de capitais e empréstimos externos.

O sistema financeiro concedeu em abril R$ 459,1 bilhões em novos empréstimos e financiamentos em abril, 10,4% a menos na comparação com março. O número leva em conta as concessões totais em cada mês. Considerando a média por dia útil, houve alta de 3,8%.

 

As concessões para clientes corporativos caíram 17,2% contra o mês anterior, somando R$ 211 bilhões.

Para as famílias, o sistema financeiro concedeu R$ 248,1 bilhões em novos empréstimos e financiamentos, queda de 3,6% em relação a março.

As concessões com recursos livres, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e clientes, caíram 10%. Já as operações com recursos direcionados, que são regulamentadas pelo governo ou vinculadas a recursos orçamentários, diminuíram 14,5%.

As concessões dessazonalizadas de crédito em abril, na comparação com março, caíram 0,2%. Para as pessoas físicas, houve alta de 1,8%, enquanto para as pessoas jurídicas foi registrada queda de 0,1%. No crédito livre total, as concessões caíram 0,8%. No crédito direcionado, recuaram 6,8%.

A carteira de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas encerrou março com queda de 0,2%, para R$ 371,748 bilhões. A comparação é com o mês anterior. Olhando as concessões do BNDES, houve queda de 9,8% no mês, para R$ 3,834 bilhões.

 

Inadimplência

 

A inadimplência média das operações de crédito subiu 0,1 ponto percentual em abril, para 2,7%, na comparação com março.

Entre as empresas, a taxa média ficou em 1,5%, estável em relação ao mês anterior. Entre as famílias, ficou em 3,5%, contra 3,4% em março.

No crédito com recursos livres, a inadimplência ficou em 3,5% (contra 3,4% em março).

No crédito direcionado, foi 1,3%, contra 1,4% anteriormente.

Crédito imobiliário e financiamento de veículos

O estoque total de crédito imobiliário para as pessoas físicas com recursos direcionados subiu 0,4% em abril na comparação com março, somando R$ 843,772 bilhões. Em 12 meses, a alta foi de 13,9%.

 

Já as concessões, na mesma categoria, caíram 20,5%, para R$ 12,955 bilhões no mês, acumulando alta de 25% em 12 meses.

A taxa anual de juros, por sua vez, ficou estável em 9,4%.

O saldo de operações de financiamento para a compra de veículos por pessoas físicas teve alta de 0,2% em abril, para R$ 245,423 bilhões.

As concessões caíram 12,3% no mês, para R$ 10,565 bilhões. A taxa de juros média ficou em 27,2% ao ano, estável em relação a março.

 

As estatísticas de crédito foram publicadas com defasagem de dois meses – normalmente, na última semana de julho são publicados os números de junho. A divulgação estava suspensa em virtude da greve dos servidores do BC, que terminou em 5 de julho, e a autoridade monetária está atualizando os dados gradualmente.

 

Matéria publicada em 27/07/2022 

FONTE: VALOR ECONôMICO