A onda de captação de recursos em bolsa pelas empresas de construção via ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) e ofertas subsequentes (follow on) pode gerar um superaquecimento do mercado imobiliário, na visão de executivos de incorporadoras que já estão na B3.
"Vejo como um risco de superoferta se muitas empresas captarem recursos. Se produzir muito e tiver muita oferta, isso pode bater no preço", afirmou o presidente executivo da Tecnisa, Joseph Nigri. "Preço é uma questão de oferta e demanda. Se os incorporadores ofertarem muita coisa, talvez as empresas tenham que reduzir sua margem".
O copresidente da Cyrela, Efraim Horn, alertou aos colegas do setor para que não cometam os mesmos erros do passado. Ele lembrou que, durante os anos de 2009 a 2013, após uma grande leva de IPOs, as empresas cresceram de forma muito rápida e desorganizada, comprometendo o retorno sobre o capital investido.
"Naquela época, qualquer um fazia qualquer coisa em qualquer lugar de qualquer jeito e por qualquer preço. Nós também erramos, principalmente em outros Estados, mas aprendemos", declarou.
"Muitos incorporadores se machucaram lá trás. Quando tem muita oferta e muito capital, a gente acaba errando. Acaba comprando terreno errado a preço errado porque precisa gastar o dinheiro", afirmou o copresidente da Cyrela, que acaba de abrir o capital de três subsidiárias: Lavvi, Plano & Plano e Cury.
Os empresários participaram no começo da noite do FII Summit, organizado pelo Infomoney.