Otimista com a demanda verificada em todas as regiões do país, inclusive Norte e Nordeste, o Ministério das Cidades projeta fechar 2024 com um número recorde de contratações do programa Minha Casa, Minha Vida. A expectativa considerada conservadora é de 620 mil unidades contratadas até o fim do ano, ante as 491.209 de 2023. Mas, segundo o Valor apurou, afirma-se no governo que esse número possa chegar a até 650 mil.
Mais do que isso poderia representar um risco à sustentabilidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), diz uma fonte, apesar de também haver a percepção de que sem um “freio” essa marca pudesse chegar a 700 mil devido à alta demanda. A meta citada na mensagem presidencial enviada ao Congresso neste ano é que o MCMV proporcione a contratação de, no mínimo, 2 milhões de unidades habitacionais de 2023 a 2026.
Segundo dados do Ministério das Cidades, deve ocorrer aumento de contratações em todas as regiões do país. No Norte, após 9.758 unidades em 2022 e 12.892 em 2023, a atual expectativa é registrar uma alta de 34% neste ano, somando mais de 17 mil, a despeito do baixo número de empresas que atuam no âmbito do programa nesses Estados. No Nordeste, a projeção é chegar a 123,2 mil contratações neste ano, alta de 30% em relação às 94.735 unidades do ano passado. Em 2022, foram 74.463.
A expectativa do governo em relação ao Centro-Oeste é chegar a 70.730 contratações ao fim de 2024, ante 52.261 do ano passado e 40.875 em 2022. Quanto ao Sudeste, o aumento projetado no período seria de 24%, chegando a 296.679. E em relação ao Sul, o avanço seria de 34%, para 124.034. As contratações verificadas em 2022 nessas duas regiões foram de 189.557 e 68.713, respectivamente.
Segundo fontes do governo, além do aquecimento do mercado de trabalho, esses dados resultam de medidas como a elevação dos subsídios, redução de taxas de juros e extensão de prazos de amortização.