Assim como toda economia brasileira, o setor imobiliário também mantém forte expectativa de uma retomada consistente e definitiva. Esta é a realidade do setor que depende, fundamentalmente, de confiança e renda da população para poder voltar a empregar e produzir habitação em larga escala. A recuperação no que tange as vendas do mercado imobiliário vem ocorrendo lentamente. Por essa razão, ainda existem excelentes oportunidades de negócio para o consumidor, fazendo com que o momento seja propício para a aquisição de um imóvel.
Os últimos anos não foram fáceis para o segmento imobiliário, que, assim como para quase todos os outros setores, viu as empresas se apertarem em função de uma forte e longa depressão do emprego e da renda da população.
Dados recentemente divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que, somente entre 2015 e 2017, o déficit habitacional no país cresceu a ordem de 220 mil unidades, batendo um triste recorde de 7,7 milhões de imóveis.
as não é só de economia que o setor imobiliário padece. É fundamental que as cidades tenham regras modernas e de vanguarda em suas legislações de construção. Na cidade de São Paulo, por exemplo, se faz necessário uma urgente calibragem em suas regras de edificações, já que, se persistir o atual cenário, veremos sérias dificuldades de produção habitacional na cidade e um preocupante encarecimento do imóvel. Sem falar na questão da mobilidade urbana, que já apresenta dados alarmantes e sofrerá ainda mais com o êxodo da moradia para lugares mais afastados e de menor infraestrutura urbana.
O otimismo, no entanto, existe e já vemos alguns importantes sinais de recuperação. Os claros movimentos no sentido de correção de rumo nas três esferas de governo, seja ela municipal, estadual ou federal, são reais e poderão trazer grandes avanços já em 2019.
Mas é imperativo lembrarmos das inadiáveis reformas estruturais que o país precisa fazer.
É claro e sabido que a primeira delas é a da Previdência. Esperamos que as negociações políticas não extrapolem o razoável deste legítimo processo democrático, mas que o bem-estar e o futuro da população sejam priorizados por nossos parlamentares.
Países como Argentina, Portugal, Espanha e Grécia são recentes exemplos de economias que muito sofreram pela baixa capacidade de controle fiscal e que, por conta disso, mergulharam em crises econômicas profundas e de grande impacto negativo para sua população. Alguns destes conseguiram se reerguer e, com uma forte e corajosa reestruturação de suas legislações, voltaram a desfrutar de excelentes índices de geração de renda e qualidade de vida.
A superação do ciclo de crise econômica deve recolocar o Brasil no foco de investidores nacionais e internacionais, podendo trazer ao país um excelente cenário para a atividade econômica.
Mas atenção! Não podemos demorar. O tempo está passando e precisamos contar com o comprometimento dos poderes Executivo e Legislativo na priorização dos ajustes no texto da reforma previdenciária e sua consequente aprovação.
Os recentes contingenciamentos no orçamento da União já estão causando sérios reflexos nos programas habitacionais e é primordial revertermos este movimento. Sabemos que isto só acontecerá se voltarmos a crescer e recuperarmos as previsões de receita do governo.
Todo e qualquer compromisso financeiro depende fundamentalmente de um constante equilíbrio de contas e, para isso, temos que engajar toda sociedade nesta indispensável reestruturação financeira nacional.