Para Silvio Ernesto Zarzur, presidente da incorporadora EZTec, o segundo trimestre foi de “desempenho mediano” na empresa, mas há expectativa de melhora quando a taxa de juros real e o custo de construção convergirem para uma média histórica.
Ele afirmou que o custo de construção não tem caído, mas ficado estável. “O que caiu foi a variação do custo”, afirmou Zarzur em teleconferência de resultados nesta sexta-feira (11).
A companhia espera que o ciclo de queda da taxa de juros traga aumento da demanda, porque também aumentaria o poder de compra do cliente e sua disposição para investir em imóveis.
“A expectativa deste semestre é 20% mais vendas do que no semestre passado, mas estamos expostos a fatores externos, [então] pode não se realizar”, afirmou o executivo. A EZTec fez R$ 784,9 milhões em vendas líquidas no primeiro semestre, alta de 54% sobre um ano antes.
A melhora de condições macroeconômicas também podem levar a um ganho de margem bruta, esperado por Zarzur com a manutenção do custo de obra e um possível aumento do preço de venda. O indicador ficou em 32,4% no segundo trimestre.
A companhia prevê lançamentos em patamar similar ao do ano passado, quando fez R$ 1,8 bilhão, para este ano. Para 2024 e 2025, está tentando aprovar projetos avaliados entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões. “Uma média possível de R$ 2,5 bilhões por ano”, afirmou Zarzur. “Mas pode não se cumprir, no Brasil trabalhamos com incerteza”.
Plano Diretor de São Paulo
A revisão do Plano Diretor de São Paulo abriu caminho para aumentar o potencial construtivo de alguns terrenos e também aumentou a quantidade de terrenos disponíveis nas áreas em que a incorporadora atua, mas Zarzur analisa que é preciso cautela. Apesar de afirmar que “a demanda no Brasil sempre impressiona”, ele disse que é preciso “ir devagar” para ver qual será a oferta. “Pode ser que tenha consumo para tudo, mas ainda não tenho certeza”.
A empresa está caminhando para que o segmento econômico represente entre 20% e 25% dos seus projetos, motivados pelas mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida, mas Zarzur reforçou que o DNA da EZTec é de média renda. Segundo ele, a companhia tem R$ 2 bilhões no pipeline para a FitCasa, a marca de baixa renda da companhia, além de projetos em parceria com outras incorporadoras.
Outro segmento de atuação da EZTec, os imóveis corporativos, com a EZ Inc devem seguir com relevância pequena no curto prazo. A companhia está terminando a construção do Esther Towers, mas analisa que o preço de venda do metro quadrado está abaixo do desejável.
O banco de terrenos da EZ Inc está sendo convertido para residencial. “Praticamente tudo vai virar residencial, porque, no curto prazo, não vemos [uma melhora do mercado] de forma importante”, disse Zarzur.