Depois de ter lançado R$ 393,7 milhões no primeiro trimestre, a EZTec espera chegar à metade do teto de R$ 1,5 bilhão projetado para o ano até o fim deste semestre. Tradicionalmente, o setor concentra lançamentos no segundo semestre. A EZTec tem intenção de apresentar ao mercado dois a três projetos neste trimestre. Dos três empreendimentos apresentados até março, dois tiveram mais de 60% de vendas no lançamento, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da EZTec, Emílio Fugazza. "Do aspecto operacional, o primeiro trimestre foi um divisor de águas", diz Fugazza.
Conforme o executivo, a EZTec tem previsão de lançar um projeto no bairro paulistano Moema, com preço por unidade acima de R$ 4 milhões. "Chama a atenção a procura acima do que esperávamos e a quantidade de gente que quer reservar unidades", conta.
Segundo Fugazza, neste trimestre, ainda não houve lançamentos, mas a venda de estoques está em linha com a dos trimestres anteriores. "Há uma preocupação em garantir a compra", diz o executivo, acrescentando que tem sido possível vender por preços mais elevados unidades de empreendimentos lançados em 2019.
A EZTec possui R$ 1,249 bilhão em projetos já aprovados. No fim de março, o banco de terrenos da companhia correspondia ao Valor Geral de Vendas (VGV) potencial de R$ 6,1 bilhões.
A companhia consumiu caixa de R$ 51,1 milhões no trimestre, decorrente da aceleração de lançamentos, da aquisição de 30% do projeto Jardins do Brasil, da compra de três terrenos e do aumento das despesas comerciais. Segundo Fugazza, não há perspectiva de geração de caixa neste ano e em 2020. "Teremos muito poucas entregas no período", diz.
No primeiro trimestre, o lucro líquido da EZTec cresceu 218,8%, na comparação anual, para R$ 17,3 milhões. A receita líquida aumentou 61,9%, para R$ 146,4 milhões. A margem bruta passou de 35,1%, de janeiro a março de 2018, para 37,2%, puxada pela venda de estoques prontos, principalmente do empreendimento Cidade Maia.
As despesas gerais e administrativas da EZTec caíram 6,8%, para R$ 20,4 milhões. Já as despesas comerciais aumentaram 27,3%, para R$ 21,8 milhões, devido ao aumento de gastos com estandes, plantões de vendas e publicidade em geral dos lançamentos. A equivalência patrimonial cresceu 162%, para R$ 8,3 milhões. O resultado financeiro caiu 54%, para R$ 9,1 milhões. No fim de março, a EZTec tinha caixa líquido de R$ 352 milhões.
A Rossi Residencial reduziu seu prejuízo líquido em 40%, no primeiro trimestre, para R$ 85,8 milhões. A receita líquida caiu 73,6%, para R$ 15,8 milhões, em decorrência da queda de 90,1% das vendas líquidas, para R$ 3,3 milhões. Os distratos tiveram queda de 30,1%, para R$ 42,4 milhões. A companhia teve margem bruta negativa em 19,1%.
A Rossi reduziu em 49% as despesas administrativas e comerciais, para R$ 14,1 milhões. Desde 2014, o quadro de funcionários diminuiu 87%, para 110 pessoas. O prejuízo financeiro caiu 31,1%, para R$ 27,8 milhões.
No trimestre, a companhia deu continuidade à dação de ativos em pagamento de dívidas financeiras com sócios, bancos e investidores parceiros e passivos com fornecedores. A dação de ativos somou R$ 14,7 milhões, considerando-se somente a parte própria. A empresa fez reavaliação de ativos no valor de R$ 26,6 milhões. A Rossi gerou caixa de R$ 33,9 milhões no trimestre.
O prejuízo líquido da Viver Incorporadora foi reduzido em 20,7%, no primeiro trimestre, para R$ 14,8 milhões. Segundo a companhia, o resultado líquido negativo decorre da baixa margem de venda de unidades dos projetos do legado, além da falta de lançamentos e do efeito negativo dos distratos no reconhecimento da receita e do lucro bruto.
A receita líquida da Viver ficou negativa em R$ 3,6 milhões, devido às vendas líquidas negativas de R$ 7,5 milhões no trimestre. A companhia registrou vendas brutas de R$ 5,3 milhões e distratos de R$ 12,8 milhões. As despesas operacionais caíram 86,5%, para R$ 523 mil. O prejuízo financeiro caiu 11,4%, para R$ 12,5 milhões.