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10/06/2024

Falta de terrenos em áreas nobres leva imóveis de luxo a novos bairros de SP, diz CEO da Cyrela (Estado de S.Paulo)

A maior companhia do mercado imobiliário de luxo do País prepara um projeto de sete torres e um parque de 10 mil metros quadrados na região do Brooklin, perto de centros comerciais; valor do metro quadrado dos imóveis é de R$ 17,5 mil

O copresidente da Cyrela, Efraim Horn, filho do fundador da empresa Elie Horn, afirma que os projetos imobiliários de luxo estão se espalhando na cidade de São Paulo por conta da falta de terrenos em bairros tradicionalmente muito valorizados, como Jardins, Vila Olímpia e Alto de Pinheiros. Com isso, as empresas do setor imobiliário estão adotando uma nova estratégia: criar pequenos bairros em regiões próximas a centros comerciais, como o Brooklin, na zona sul.

 

“Os Jardins hoje só têm terrenos pequenos. Os imóveis lá deveriam valer R$ 60 mil ou R$ 70 mil por metro quadrado (m²). Mas não valem porque não têm lançamentos dignos de valer isso. Como os terrenos são pequenos, os imóveis acabam valendo a metade do que deveriam. Moema já teve sua vez. A Vila Olímpia já teve sua vez e tem hoje unidades a R$ 45 mil o m². O próximo é o Brooklin”, afirma Horn.

O executivo diz ainda que há uma tendência de criar projetos de grande porte que tenham não só prédios comerciais e fachadas ativas, mas também um parque integrado ao empreendimento. É exatamente isso que a empresa faz no Eden Park, maior projeto da história da empresa, com sete torres e Volume Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 2,5 bilhões.

 

O projeto terá 10 mil m² de área verde e ficará próximo ao Morumbi Shopping, onde ficava a antiga fábrica da Kibon. O terreno estava nas mãos do banco de investimentos BTG Pactual e foi adquirido por meio de permuta com uma torre comercial no empreendimento.

Para Horn, a concentração de projetos imobiliários de luxo em poucos bairros começa a dar lugar a uma estratégia de espalhamento de empreendimentos em células de alta renda da capital paulista. “São Paulo é tão grande que tem gente que mora numa região e não quer ir para outra. Elas avaliam seus bairros como nobres. Por isso, existem miolos de nobreza no Tatuapé, em Santana, na Vila Mariana, no Paraíso, em Pinheiros e em Moema.”

 

Baseado nisso, diz ele, o mercado tem conseguido explorar as nobrezas de cada bairro. “Tem gente que faz questão de morar num bairro e que seus filhos também morem lá. Para eles, só existe aquele bairro onde vivem. O resto é longe, é feio ou tem muito trânsito”, afirma.

FONTE: ESTADO DE S.PAULO