O faturamento da indústria de materiais de construção cresceu 8,4% em novembro, na comparação com o mesmo mês de 2023, segundo o índice Abramat, feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV) para a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção. Para 2025, a entidade projeta expansão na casa dos 3%.
O aumento foi ainda maior entre os produtores de materiais de acabamento, com alta de 9,4% em um ano. No segmento de base o aumento foi de 7,7%.
Em comparação com outubro deste ano, no entanto, há uma leve queda de 0,2% no faturamento geral, puxada pelo setor de acabamentos, que teve recuo de 0,8%. O faturamento do segmento de base avançou 0,4% no mês.
De janeiro a novembro, o faturamento da indústria de materiais aumentou 5,6%, o que fez a entidade projetar um incremento de 5,5% para todo o ano de 2024, a primeira alta anual desde 2021. Naquele ano, houve um aumento expressivo, de 8,1%, seguido por dois anos de queda, de 6,9% e 2,1%.
Para o presidente da Abramat, Rodrigo Navarro, a alta projetada para o ano “demonstra como a indústria vem respondendo positivamente aos estímulos de políticas públicas e de mercado, e ao crescimento de investimentos em inovação, sustentabilidade, habitação e infraestrutura”.
Previsão para o próximo ano
Para 2025, a expectativa da entidade é manter o aumento de faturamento, mas na casa dos 3%, afirma Navarro. A previsão dele se baseia na projeção de aumento de 3% para o Produto Interno Bruto (PIB) da construção no próximo ano, feita pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV Ibre).
Segundo o presidente, o setor de materiais está se recuperando dos “altos e baixos” dos últimos anos, mas precisa encontrar a sustentabilidade do crescimento. “Essa gangorra não dá”, diz.
Para ele, mesmo com o desafio trazido pelo aumento de um ponto na taxa básica de juros, e dos novos aumentos previstos adiante — que ele considera uma “decisão técnica” do Banco Central —, a demanda por materiais deve continuar forte, vinda de iniciativas governamentais, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), do Marco do Saneamento e também vinda da recuperação das vendas no varejo.
A Abramat também aposta em novos programas que podem gerar mais demanda por materiais dos seus associados no próximo ano, entre eles o “Conformidade para Todos”, que deve ser lançado no primeiro semestre, de acordo com Navarro.
Trata-se de uma iniciativa para que, começando com materiais de construção, os fabricantes incluam no código de barras dos seus produtos a informação de quais normas técnicas são seguidas. O objetivo do programa é que governos e empresas olhem para esse dado antes de fazer suas compras e barrem produtos que não incluem as normas.