Uma série de dados positivos sobre a economia americana, divulgados ontem, ajudou a animar os mercados e a reduzir a percepção de um risco iminente de recessão nos Estados Unidos.
Um dos mais fortes indícios de recuperação veio ontem com o Livro Bege - uma pesquisa econômica do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) publicada oito vezes ao ano.
Sete dos 12 distritos regionais do Fed classificaram a economia com crescendo "moderadamente", em um "ritmo modesto" ou "levemente". Os dados relativos à indústria foram mistos. O setor continua a sofrer com a alta do dólar e um "enfraquecimento do panorama global", que vêm afetando as exportações americanas.
John Williams, presidente do Fed de San Francisco, disse ao jornal "Financial Times" não entender a recente onda de alertas pessimistas sobre a possibilidade de o país entrar logo em recessão.
Segundo Williams, a economia vem mostrando resiliência frente a recentes adversidades, como a alta de 20% do dólar. "Eu não vejo nenhum sinal nos dados de enfraquecimento da demanda doméstica", afirmou.
Dados recentes sobre emprego, gastos do consumidor e inflação nos EUA têm sido majoritariamente positivos. Mas há preocupações com o crescimento da economia global e a volatilidade dos mercados financeiros.
A respeito dos salários, a pesquisa do Fed mostra um crescimento geral desde o início do ano, mas inconsistente. Esse é um dado importante num ano eleitoral.
Os gastos do consumidor cresceram na maior parte dos distritos. Assim como o mercado de trabalho, que apresentou "crescimento modesto" na maioria as regiões". Sete distritos, a maioria na Costa Leste e no Meio-Oeste, disseram que as empresas têm encontrado dificuldade em achar mão de obra qualificada. Em Cleveland e Richmond, os BCs regionais chegam a afirmar que até mesmo vagas que exigem pouca qualificação têm tido dificuldade para serem preenchidas.
O país recebeu também ontem um dado animador sobre emprego, em pesquisa do instituto ADP com base na folha de pagamento das empresas. Segundo o levantamento, as companhias americanas contrataram 214 mil funcionários em fevereiro. O número, acima do esperado, vem após uma abertura de 193 mil novas vagas em janeiro.
Já os pedidos de financiamento imobiliário caíram 4,8% na semana encerrada em 26 de fevereiro em relação ao período anterior, segundo a MBA, associação que congrega instituições que fornecem crédito para o setor.