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10/11/2021

Fed vê ameaça potencial da Evergrande no setor imobiliário chinês e nos mercados globais

Autoridade avalia que as tensões financeiras na China podem gerar deterioração do sentimento sobre o risco, representar um vetor negativo ao crescimento econômico global e afetar a recuperação dos EUA

O mais recente Relatório de Estabilidade Financeira do Federal Reserve, divulgado nesta segunda-feira (09), afirma que a crise da dívida no setor imobiliário chinês pode prejudicar os mercados financeiros globais e afetar os Estados Unidos ao representar riscos para o crescimento econômico global. No documento, o Fed cita as crescentes tensões envolvendo a endividada incorporadora Evergrande.

 

O Fed destacou as preocupações com os elevados níveis da dívida das incorporadoras chinesas e os preços inflacionados dos imóveis, o que levou os reguladores em Pequim a tomar medidas. Segundo o relatório do Fed, essas tensões podem causar “uma correção repentina nos preços do mercado imobiliário” e impactar o sistema financeiro da China como um todo.

Para o Fed, os temores em torno da “montanha da dívida” da Evergrande, uma das maiores incorporadoras da China, abalaram o sentimento do investidor bem como do mercado imobiliário chinês, ainda que a empresa tenha recentemente cumprido o pagamento de juros antes de perder o prazo.

 

“Dado o tamanho da economia e do sistema financeiro da China, bem como seus extensos vínculos comerciais com o resto do mundo, as tensões financeiras na China podem prejudicar os mercados globais por meio de uma deterioração do sentimento em relação ao risco, representar um vetor negativo ao crescimento econômico global e afetando a recuperação dos Estados Unidos”, disse o relatório.

 

Para o Fed, trata-se de um dos vários riscos financeiros possíveis que tem o potencial de impactar a recuperação pós-pandemia dos EUA. Em setembro, o presidente do Fed, Jerome Powell, minimizou a situação, observando a falta de exposição direta dos EUA ao mercado imobiliário chinês e/ou aos bônus corporativos, mas ressaltou que isso poderia afetar a confiança do consumidor global.  

FONTE: VALOR ECONôMICO